You are here

Clima de terror e ameaça no Bairro 6 de Maio, na Amadora

Esta quarta-feira, funcionários da Câmara Municipal da Amadora e fiscais da Polícia Municipal ameaçaram demolir várias habitações de famílias que não possuem qualquer alternativa de alojamento. Cerca de uma centena de pessoas concentraram-se no local em solidariedade com os moradores.
Foto de Esquerda.net.

Mais uma vez, os habitantes do concelho da Amadora foram confrontados pelas escavadoras e pelo aparato policial, desta vez no Bairro 6 de Maio. Pela manhã, a Câmara Municipal da Amadora procedeu à demolição de casas desocupadas que pertenciam a famílias que foram realojadas.

Durante o processo, os funcionários da autarquia e os fiscais da Polícia Municipal promoveram um clima de intimidação, garantindo aos moradores que as restantes habitações auto-construídas, e que estão ainda ocupadas, serão as próximas a ser demolidas.

Em causa está, entre outras, a habitação de uma família de 5 pessoas que não possui nenhuma alternativa de alojamento, já que, à semelhança do que acontece com 41% dos agregados familiares do Bairro 6 de Maio – um total de 166 famílias/agregados -, não é abrangida pelo Plano Especial de Realojamento (PER), elaborado há 22 anos (1993).

Mediante o clima de terror e ameaça no Bairro 6 de Maio, cerca de 50 pessoas concentraram-se no local, em solidariedade com os moradores.

Os técnicos da Câmara deixaram as escavadoras neste bairro, deixando adivinhar que a demolição das restantes habitações poderá avançar a qualquer momento.

Em comunicado, a Habita – Associação pela Direito à Habitação e à Cidade, o SOS Racismo, a Marcha Mundial das Mulheres, o Centro Social Laranjinha e a UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta pedem a “urgente intervenção do Senhor Provedor de Justiça José de Faria Costa no sentido da suspensão dos despejos e demolições previsto para o Bairro 6 de Maio”.

Segundo esclarecem, o apelo é feito na sequência da “queixa referente à violação de Direitos Humanos apresentada em Junho passado à Provedoria Geral da República”.

No documento, as organizações defendem ainda que “o desalojamento e demolição das casas onde vivem estas pessoas constituiriam um grave atentado aos seus direitos e uma escalada drástica na já vulnerável situação social em que vivem”.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Sociedade
(...)