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Mais uma vez a PSP abusou da violência

A PSP usou e abusou da violência. Não se limitou a agredir barbaramente um jovem negro, portador de deficiência, como disparou contra pessoas indefesas, ferindo gravemente algumas delas. Uma das vítimas dos disparos teve de ser operada!

Hoje [quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015], mais uma vez, como tem sido habitual nos bairros em geral e, na da Cova Moura em especial, a PSP usou e abusou da violência. Não se limitou a agredir barbaramente um jovem negro, portador de deficiência, como disparou contra pessoas indefesas, ferindo gravemente algumas delas. Uma das vítimas dos disparos teve de ser operada!

Como se isso não bastasse, a PSP prendeu e agrediu selvaticamente jovens ativistas sociais e militantes negros que tiveram de receber assistência médica em consequência das feridas e mazelas sofridas.

A PSP tem de forma impune, sistemática e reiteradamente aterrorizado e violentado os jovens nos bairros, contando quase sempre com o silêncio quase total da sociedade ou com reações de condenação muito tímidas.

É preciso romper com o silêncio ensurdecedor e conivente da sociedade em geral e, em particular, das instituições em torno da intimidação, das violentas agressões e dos assassinatos que têm sido perpetrados estruturalmente pelas autoridades policiais contra as comunidades negras e as minorias étnicas.

A justiça, do modo como tem atuado, tem sido um dos principais (re)produtores de imaginários racistas dominantes e do consenso social em torno da impunidade que grassa nas instituições policiais, conduzindo aos abusos, perpetuando ideologias e legitimando relações de poder que oprimem os mais fracos/as e excluídos/as da sociedade.

É tempo de acabar com a impunidade dos abusos e da violência policiais, bem como com os silêncios cúmplices em torno da violência racista do estado.

É urgente que os silêncios sejam rompidos, que a impunidade seja denunciada e combatida para que se abra finalmente a possibilidade real de se fazer justiça contra a violência policial. É tempo de questionar estes silêncios e como podem ser rompidos, para que se abra finalmente a possibilidade real de se fazer justiça.

Hoje [quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015], falsamente acusados de tentativa de invasão, seis jovens negros magoados e feridos pela PSP, alguns com gravidade, vão dormir nos calabouços da PSP, apenas por terem querido saber da sorte de um deles que acabara de ter sido violentamente espancado pela polícia. Estes como milhares de jovens negros deste país são quotidianamente violentados pela polícia. A violência policial é a face visível da violência de estado de que são vítimas. Na verdade, a brutalidade policial espelha o apartheid que se vive nos bairros. Não podemos permitir que isto continue! Urge a mobilização de todos e todas contra esta barbárie.

Sobre o/a autor(a)

Dirigente de SOS Racismo
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