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Brasil: presidente da Petrobras demite-se

Cinco diretores apresentaram também a demissão. Crise da empresa e caso de corrupção investigado pela operação Lava-jato levaram à renúncia.
Graça Foster. Foto de Nielmar de Oliveira, Agência Brasil.

A presidente da Petrobras, a empresa petrolífera brasileira, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, sendo acompanhada por cinco diretores. A decisão foi antecipada devido a um pedido de esclarecimentos da Comissão de Valores Mobiliários, a propósito de um artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo que informava que a Presidência finalmente decidira demitir a direção da empresa estatal, que ocorreria na sexta-feira. Mais do que esclarecer a CVM, Graça Foster decidiu renunciar imediatamente.

A posição de Foster ficou insustentável diante das investigações de corrupção na empresa, a chamada operação Lava-jato, que começou a ser investigada em março de 2014 e ganhou uma nova dimensão com as denúncias de um ex-diretor da empresa, que se encontrava preso e fez um acordo com o Ministério Público para expor um gigantesco esquema de corrupção, que implicava no pagamento de comissões a empresas de construção em obras encomendadas pela empresa, comissões que iriam parar ao financiamento de partidos, todos eles da base do governo, além do próprio PT.

A denúncia foi feita às vésperas das eleições e quase custaram a vitória a Dilma Rousseff, que reagiu afirmando que o combate à corrupção seria uma prioridade. Mas não quis demitir a presidente e a diretoria da empresa.

Crise avolumou-se em janeiro

Em janeiro, quando a crise da Petrobras se avolumava com a redução dos preços do petróleo e uma queda catastrófica do valor da empresa em bolsa, a administração divulgou o balanço do 3º trimestre do ano passado, sem ter chegado a acordo para quantificar os desvios de dinheiro da corrupção. Para piorar, o balanço não passara por auditoria independente, como devia.

Dias depois, Graça Foster diria que esse número era de 88 mil milhões de reais, embora esse valor não constasse do balanço. Foi nessa altura que Dilma Rousseff terá decidido demitir a presidente da empresa, pois considerou que os cálculos estavam errados.

A nova presidência da Petrobras será nomeada sexta-feira.

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