Deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores. Licenciada em Educação. Ativista pelos Direitos dos Animais. Coordenadora do Bloco da Ilha Terceira
“Por causa de dançar nas ruas/Por causa de todas as vezes que tínhamos medo de beijar os nossos amantes/Por causa do constrangimento de um bolso vazio/Por causa do anseio por uma vida normal”. Esta é a canção que marca a mais recente revolta feminina, por via da forma são tratadas no Irão.
Tal como o Deus de Bolsonaro, a seriedade da Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais [dos Açores] tem servido de bandeira, populista e eleitoral. É uma muleta para as inverdades que se alegam e se atira a cultura ao abandono final.
As e os trabalhadores do comércio e grande distribuição de Angra do Heroísmo saíram à rua, reivindicando o básico: condições de trabalho e de remuneração dignas, nomeadamente, um horário de trabalho de 40 horas e aumentos salariais de aproximadamente dez euros por cada nível remuneratório.
De acordo com o que foi possível apurar, e foi já tornado público por vários cidadãos e movimentos cívicos, a estratégia para a cultura nos Açores, passará pela terra queimada. O objetivo parece ser destruir totalmente qualquer vestígio de possível futuro para as e os profissionais do setor.
Acredito que chegará o dia em que as pessoas deixem de ser penalizadas pela fraca resposta no SRS, pela incapacidade de chegar a todas e a todos. O dia da eliminação total das taxas moderadoras chegará.
O que Marcelo Rebelo de Sousa fez, agora com as inenarráveis declarações, foi menorizar o sofrimento de 400 vítimas menores de abuso sexual, praticados no interior da igreja católica, em Portugal.
O Governo Regional, que deve exigir às empresas que respeitem os direitos dos seus trabalhadores, não pode agir desta forma, sendo o primeiro a tentar contornar a lei para reduzir as suas despesas às custas da exploração de trabalho precário.
Durante a mais recente sessão da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, o presidente da Câmara Municipal declamou um longo soneto de lamúrias, para se desculpar pela incapacidade do seu executivo em gerir um dos mais importantes centros históricos do país.
É hora de repensar muito bem o efeito que a turistificação começa a ter nos Açores. Não é só Lisboa e Porto que estão a mudar e a mandar “os seus” embora.