Alexandra Manes

Alexandra Manes

Deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores. Licenciada em Educação. Ativista pelos Direitos dos Animais. Coordenadora do Bloco da Ilha Terceira

“Por causa de dançar nas ruas/Por causa de todas as vezes que tínhamos medo de beijar os nossos amantes/Por causa do constrangimento de um bolso vazio/Por causa do anseio por uma vida normal”. Esta é a canção que marca a mais recente revolta feminina, por via da forma são tratadas no Irão.

Tal como o Deus de Bolsonaro, a seriedade da Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais [dos Açores] tem servido de bandeira, populista e eleitoral. É uma muleta para as inverdades que se alegam e se atira a cultura ao abandono final.

Há valores que têm de ser universais e o Futebol não se deve desassociar dos Direitos Humanos.

As e os trabalhadores do comércio e grande distribuição de Angra do Heroísmo saíram à rua, reivindicando o básico: condições de trabalho e de remuneração dignas, nomeadamente, um horário de trabalho de 40 horas e aumentos salariais de aproximadamente dez euros por cada nível remuneratório.

De acordo com o que foi possível apurar, e foi já tornado público por vários cidadãos e movimentos cívicos, a estratégia para a cultura nos Açores, passará pela terra queimada. O objetivo parece ser destruir totalmente qualquer vestígio de possível futuro para as e os profissionais do setor.

Acredito que chegará o dia em que as pessoas deixem de ser penalizadas pela fraca resposta no SRS, pela incapacidade de chegar a todas e a todos. O dia da eliminação total das taxas moderadoras chegará.

O que Marcelo Rebelo de Sousa fez, agora com as inenarráveis declarações, foi menorizar o sofrimento de 400 vítimas menores de abuso sexual, praticados no interior da igreja católica, em Portugal.

O Governo Regional, que deve exigir às empresas que respeitem os direitos dos seus trabalhadores, não pode agir desta forma, sendo o primeiro a tentar contornar a lei para reduzir as suas despesas às custas da exploração de trabalho precário.

Durante a mais recente sessão da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, o presidente da Câmara Municipal declamou um longo soneto de lamúrias, para se desculpar pela incapacidade do seu executivo em gerir um dos mais importantes centros históricos do país.

É hora de repensar muito bem o efeito que a turistificação começa a ter nos Açores. Não é só Lisboa e Porto que estão a mudar e a mandar “os seus” embora.