Alexandra Manes

Alexandra Manes

Deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores. Licenciada em Educação. Ativista pelos Direitos dos Animais. Coordenadora do Bloco da Ilha Terceira

Se a gestão da Cultura sempre teve a tendência para ser um barco meio à deriva nos Açores, será seguro afirmar que o atual Governo Regional conseguiu afundar e embarcação.

Foi um avanço positivo para as centenas de profissionais que veem a reposição dos seus direitos nos Açores, mas não deixa de ser estranho que entre as centenas de enfermeiras e enfermeiros que viram a sua situação resolvida, tenham ficado de fora 12 pessoas.

De acordo com o Presidente da Comissão Consultiva do Património Baleeiro, a realidade é de tal forma infeliz que, após 5 horas de reunião com o diretor regional da Cultura, a conclusão dos membros da Comissão foi a de que, nem vale a pena reunir mais.

Assistimos ao desespero de quem vê os preços das casas a subir e os salários a perder poder de compra. Ficou claro no mapa das manifestações «Casa para Viver», que a falta de habitação a preços comportáveis se estende pelo país e os Açores não são exceção.

O governo regional dos Açores havia assumido que não existiriam aumentos em 2023, no que aos transportes públicos diz respeito, tal como, em novembro de 2022, disse que estava a trabalhar para apresentar um passe social, mas chegados a março do corrente ano, nada feito.

O parlamento dos Açores teve a oportunidade para dar um passo em frente, revelando a sua real preocupação com as mulheres, com uma ação consequente, permitindo a distribuição gratuita de produtos de recolha menstrual, mas preferiu usar do seu conservadorismo.

Nuno Barata e José Pacheco são meros peões nas mãos de Rui Rocha e de André Ventura, ao serviço dos seus interesses partidários nacionais e os Açores, para a IL e para o chega, são apenas o tabuleiro onde este jogo se desenrola.

Não é só o Bloco que reconhece que a utilização militar da Base das Lajes pelos EUA é um obstáculo ao desenvolvimento da Terceira.

“As Novas Cartas Portuguesas” são mais do que uma critica à opressão feminina, uma vez que refletem sobre a luta de classes, a relação patrão- empregado, a exploração do homem pelo homem, a incoerência da moral. Uma obra que exprime uma consciência política.

Em outubro de 2020, os Açores foram chamados a votar nas eleições mais importantes da sua geração. Aconteceram durante o auge de uma pandémica catástrofe mundial, no começo de uma desastrosa vaga de intensas crises económicas.