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Vitória do Syriza é esperança para toda a Europa, afirma Catarina Martins

“Na Grécia, nestas eleições, o que está em disputa é a possibilidade de uma viragem na Europa. É importante para a Grécia, mas é muito importante para Portugal”, afirmou a porta-voz do Bloco de Esquerda em Atenas.
Catarina Martins e Marisa Matias nesta quinta-feira em Atenas - Foto de Nuno Veiga/Lusa

Catarina Martins defendeu, nesta quinta-feira em Atenas, a importância de uma vitória do Syriza, não só para a Grécia como para toda a Europa.

“Na Grécia, nestas eleições, o que está em disputa é a possibilidade de uma viragem na Europa. É importante para a Grécia, mas é muito importante para Portugal: Podemos pela primeira vez ter um Governo do Syriza no Conselho Europeu, que ponha em cima da mesa a necessidade de reestruturação da dívida dos países periféricos e que diga algo tão simples e tão essencial como ‘A austeridade até agora não resultou, só destruiu os nossos países, só destruiu salários, serviços públicos, emprego”, declarou a porta-voz do Bloco de Esquerda à Lusa, momentos antes do último comício do Syriza para as eleições legislativas do próximo domingo.

Catarina Martins sublinhou à Lusa que a vitória do Syriza representa a vitória de alguém que defende todos os países periféricos da Europa, Portugal incluído, ao dizer que “é preciso fazer tudo de novo, tudo diferente, é preciso reestruturar as dívidas para que possa haver investimento e emprego, para que possa haver serviços públicos”.

Salientando que “quem está instalado num sistema que tem vindo a privilegiar os mercados financeiros, o sistema financeiro, à custa das vidas das pessoas, quer manter tudo como está”, a porta-voz do Bloco sublinhou: “E sabemos que a pressão é grande, mas este caminho do Syriza e da esquerda europeia nas propostas de reestruturação da dívida, de acabar com a austeridade, já estão a dar resultados”.

Referindo que “já houve governantes de vários países a reconhecerem que, se calhar, está mesmo na altura de se falar da reestruturação das dívidas, uma palavra que era proibida há pouco tempo”, Catarina Martins disse: “Agora, em França, há um ministro que já vai reconhecendo que se calhar a reestruturação tem de ser conversada, o Governo irlandês diz que não é absurdo falar da reestruturação da dívida”.

A porta-voz do Bloco sublinhou também que “ Portugal terá de fazer parte, também, dessa viragem, porque já chega de austeridade. Destruiu-se tanto, está na altura de construir: reestruturar as dívidas, parar com a austeridade, criar emprego, proteger os salários, proteger os serviços públicos”.

“Eu bem sei que o nosso Governo continua absolutamente cego e surdo à possibilidade da viragem e de sairmos da crise, mas com momentos como este que vivemos na Grécia, que vivemos na Irlanda e em Espanha, com a subida da esquerda, sabemos que pode haver viragem na Europa, e Portugal terá de fazer parte, também, dessa viragem, porque já chega de austeridade”, sustentou.

Sobre as dificuldades da mudança, Catarina Martins admitiu que “ninguém duvida delas”, como também “ninguém duvida da chantagem que está a ser feita sobre a Grécia”, mas que “também toda a gente sabe que é neste confronto, é com esta população a dizer que quer mudar, que já chega do que tem sido, que pode na Europa, como em Portugal, como na Grécia, haver mudança”.

“O Syriza é essa possibilidade de esperança de que na Europa se possa sorrir, de que na Europa alguém possa pensar ‘Há aqui futuro’ ou ‘No meu país, pode haver futuro’. A viragem que pode estar a acontecer na Grécia dá a toda a Europa essa esperança”, realçou Catarina Martins.

A porta-voz do Bloco destacou ainda como “essencial para Portugal” a proposta central do Syriza: “Que se faça uma conferência europeia da dívida para reestruturar as dívidas dos países periféricos, para que se faça ao sul da Europa – que tem sofrido tanto também – o mesmo que aconteceu à Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial, o perdão de uma parte da dívida, a renegociação dos juros, criar condições para que os países cresçam e saiam da crise económica que estão a viver”.

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