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BCE anuncia compra de dívida para combater deflação

O Banco Central Europeu vai comprar 60 mil milhões de dívida pública e privada todos os meses, pelo menos até setembro de 2016.
Mario Draghi. Foto BCE/Flickr

O governador do Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira um programa de compra de dívida pública e privada. A decisão era esperada, mas o seu valor - 60 mil milhões de euros por mês - ficou acima das previsões dos analistas da imprensa económica internacional.

Mario Draghi sublinhou que a medida tem por objetivo aproximar a taxa de inflação na zona euro dos 2%, bem acima da média de 0.3% prevista para os próximos cinco anos. "Do nosso ponto de vista, não temos dúvidas que este é o momento para agir", afirmou Draghi, esclarecendo que a Grécia também faz parte deste programa, à semelhança dos restantes países da zona euro.

Como era esperado, os mercados financeiros receberam este anúncio com uma descida do valor do euro face ao dólar e também dos juros da dívida europeia, nomeadamente a portuguesa, italiana e espanhola. Curiosamente, o governo português escolheu a véspera da conferência de Draghi para colocar 1.240 milhões de euros de dívida de curto prazo.

O cenário de inflação negativa que está a ensombrar a economia da zona euro deverá levar a um aumento do desemprego na Europa. Para o Banco Central Europeu, a medida hoje anunciada - combinada com um novo corte nos juros dos empréstimos à banca comercial para 0.05% - vai permitir a descida das taxas de juro e o estímulo da economia, recuperando o consumo através da subida da inflação. Mas Draghi alertou que esta nova injeção de dinheiro do BCE não poderá servir para os governos alterarem as suas políticas fiscais, na linha do que tem sido defendido pelo governo alemão. Ou seja, com a austeridade a dominar as políticas em cada Estado e à falta de investimento e de consumo, esta medida do BCE corre o risco de ter o mesmo destino das anteriores.

Como era esperado, os mercados financeiros receberam este anúncio com uma descida do valor do euro face ao dólar e também dos juros da dívida europeia, nomeadamente a portuguesa, italiana e espanhola. Mas o governo português escolheu a véspera da conferência de Draghi para colocar 1.240 milhões de euros de dívida de curto prazo.

Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, a dívida pública portuguesa aumentou em novembro para 226 mil milhões de euros. Um relatório do Eurostat também publicado esta quinta-feira mostra que Portugal era no fim do terceiro trimestre de 2014 o terceiro país com a dívida pública mais elevada (131.4%), quase ao nível da Itália (131.8%) e atrás da Grécia (176%).

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