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Tunísia: Militares condenam blogger a três anos de prisão

Yassine Ayari foi preso à chegada ao aeroporto de Tunes na véspera de Natal, depois de condenado à revelia por difamação ao comando militar. Um sindicalista da polícia foi condenado pelo mesmo motivo.
Yassine Ayari está preso por postar no Facebook contra a incompetência dos militares. Foto Amine Ghrabi/Flickr

A denúncia partiu da Human Rights Watch, cujo diretor-adjunto para o Norte de África e Médio Oriente afirma que o facto de um blogger e um dirigente sindical terem sido condenados no mesmo dia por um tribunal militar por expressarem a sua opinião é uma situação "indigna da nova Tunísia".  

O crime de que acusaram Yassine Ayari, um blogger e ciberativista tunisino que esteve na origem das manifestações que levaram à revolução no país, são alguns posts no Facebook contra o ministro da Defesa, Ghazi Jeribi, a propósito das falhas que levaram à morte de 16 soldados num ataque de um grupo islamista em julho passado, junto à fronteira com a Argélia. Nestes posts, Yassine condena o ministro por não ter substituído o chefe das informações militares e assim estar a enfraquecer a instituição.

Também um dos líderes sindicais da polícia da Tunísia, Sahbi Jouini, fez as mesmas acusações e também foi condenado à revelia por um tribunal militar a 18 de novembro, a uma pena de dois anos de prisão.

Também um dos líderes sindicais da polícia da Tunísia, Sahbi Jouini, fez as mesmas acusações e também foi condenado à revelia por um tribunal militar a 18 de novembro, a uma pena de dois anos de prisão. Para a Human Rights Watch, a lei internacional impede que a justiça militar possa julgar e condenar civis e a própria Constituição recém-aprovada da Tunísia protege o direito à liberdade de expressão.

Ainda segundo a ONG, a justiça militar tunisina justificou o julgamento de Yassine à revelia por não ter sido possível notificá-lo na sua morada. Uma versão desmentida pela família do blogger, que afirma ter mudado de morada e já ter sido anteriormente notificada no novo endereço a propósito de outra ação em tribunal por causa do assassinato do pai de Yassine em 2011 por um grupo islamista.   

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