Em declarações à imprensa, após uma reunião com o Partido Socialista na sede da Rua da Palma, Catarina Martins referiu que é necessária uma mudança no país, “mas regista que no PS há indefinição sobre temas centrais”.
Acompanhada pelo líder parlamentar do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares, bem como pelos dirigentes Joana Mortágua e Pedro Rodrigues Soares, Catarina Martins deixou várias críticas à atuação política do PS, nomeadamente "à indefinição" sobre matérias relativas a rendimentos dos trabalhadores e pensionistas, sobre o futuro da TAP, ou os alinhamentos em matéria europeia, como o Tratado Orçamental e a necessidade de reestruturação da dívida.
“Sem um alinhamento diferente, sem mudar o que conta, não será possível mudar a política em Portugal. Se o PS não se definiu até agora, é porque não se quer definir”. “É preciso que a TAP permaneça pública, e o PS não é capaz de dizer nada sobre isso; é preciso acabar com a sobretaxa de IRS e o PS não é capaz de dizer nada sobre isso”, disse.
Catarina Martins advertiu depois que “os silêncios têm custos” e defendeu que, “ao longo de mais de 30 anos em Portugal, o que os silêncios sobre compromissos significaram foi que, um dia depois das eleições, aumentaram-se impostos, cortaram-se salários e privatizou-se mais”.
“Por isso, os silêncios preocupam-nos. Em Portugal, após quatro anos de austeridade, com tanta destruição, não podemos entrar num ano de eleições com cheques em branco. São precisos compromissos claros sobre a recuperação de rendimento, a não privatização de empresas públicas e uma nova voz na Europa”.
O secretário-geral do PS, António Costa, acompanhado pelo presidente do partido, Carlos César, pelo líder parlamentar, Ferro Rodrigues, e pelo dirigente socialista Porfírio Silva, frisou ser “sabido que entre o PS e o Bloco de Esquerda há pontos de vista muito diversos, mas também há matérias sobre as quais houve convergências”.