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Nuvem de metano de 4.000 km2 está a pairar sobre o oeste dos EUA

O legado das perfurações em busca de combustíveis fósseis é uma nuvem gigantesca, composta por poderosos gases de efeito de estufa, que pode ser vista do espaço. Por Jon Queally.
Foto de WildEarthGuardians/flickr

Uma monstruosa nuvem de metano acumulado - um potente gás de efeito de estufa - agora paira sobre uma grande porção do oeste dos Estados Unidos, de acordo com imagens de satélite analisadas pela NASA e noticiadas pelo Washington Post.

Criada por causa de anos e anos de descargas intencionais de gás natural durante as operações de perfuração do solo em busca de combustíveis fósseis, a nuvem - invisível ao olho humano mas capturada por tecnologias avançadas de imagens de satélite - está centrada sobre o noroeste do Novo México e é descrita pelo Post como ''uma nuvem de metano do tamanho do estado de Delaware, tão vasta que os cientistas questionaram os seus dados quando a estudaram há três anos.''

Alarmado pelo tamanho da nuvem, o investigador da NASA Christian Frankenberg declarou ao Post, ''não podíamos ter certeza de que o sinal era real.''

Apesar do facto de que, ano após ano, o metano é cada vez menos lançado na atmosfera, o gás é vinte vezes mais poderoso enquanto gás de efeito de estufa do que o dióxido de carbono (CO2).

A acumulação de metano não é um problema novo, mas algo que parece ter piorado a partir da perfuração hidráulica do solo (ou fracking) e outras operações intensas de extração de combustíveis fósseis que continuam a aumentar no sudoeste do país. A última análise da NASA sobre o fenómeno descobriu que a nuvem possui aproximadamente ''uma extensão de 4.000 quilómetros quadrados.'' Frankenberg apontou que esta estimativa foi feita antes do aumento mais recente da extração de gás e petróleo no sudeste americano.

Apesar da indústria ignorar os perigos da 'queima de gás' - na qual o excesso de metano é simplesmente queimado durante o processo de perfuração em busca de gás e petróleo - ambientalistas e cientistas do clima já há muito tempo acionaram o alarme sobre o impacto do metano quanto ao aquecimento global e aos danos ambientais. E apesar do gás natural ser apresentado como uma opção mais limpa do que o carvão, muitos estudos mostraram que ainda que isso seja verdade, o facto de muito do gás escapar durante a extração e o transporte faz com que o impacto cumulativo do seu efeito estufa seja igual ou pior que o do carvão.

O gráfico abaixo foi criado pelo Washinton Post a partir dos dados disponíveis:

Artigo de Jon Queally, publicado em Common Dreams. Tradução de Roberto Brilhante para Carta Maior

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