Esquerda denuncia interferência da Comissão Europeia nas eleições da Grécia

13 de December 2014 - 19:11

Porta-voz da Comissão apoiou o candidato a Presidente da coligação ND-Pasok, o Comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros vai a Atenas para apoiar a continuidade das “reformas”, isto é, a candidatura de Stavros Dimas.

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pressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europapressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europa
pressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europapressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europapressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europa

O presidente do Partido da Esquerda Europeia, Pierre Laurent, denunciou as ingerências da Comissão Europeia, presidida por Jean-Claude Juncker, no processo eleitoral da Grécia.

“Na segunda-feira, o governo Samaras anunciava a realização de eleições presidenciais antecipadas na Grécia antes do fim do mês de dezembro. Quarta-feira, Annika Breidthardt, porta-voz da Comissão Europeia, anunciava o apoio da instituição ao candidato da coligação no poder, Stavros Dimas. Segunda e terça, Pierre Moscovici [Comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros] vai a Atenas, pronunciando-se pelo prosseguimento das reformas, e portanro, pelo candidato da Nova Democracia e do Pasok”, diz o comunicado do Partido da Esquerda Europeia, assinado pelo seu presidente.

Pressões insuportáveis

Pressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europa

Estas pressões da Comissão Europeia sobre o processo eleitoral de um país soberano são insuportáveis e levantam grandes questões para o futuro da democracia na Europa”, prossegue o comunicado. Pierre Laurent apela a todos os democratas para se levantarem “contra estas práticas autoritárias que não têm sentido de existirem” e defende que o processo eleitoral deve seguir o seu curso, até à realização de eleições legislativas, “se a coligação no poder não obtiver a maioria necessárias nas eleições presidenciais”.

Recorde-se que no último dia 9 de dezembro, o primeiro-ministro, Antonis Samaras, decidiu antecipar para o dia 17 de dezembro a eleição do Presidente da República, que deveria ocorrer apenas em fevereiro. Ao mesmo tempo, Samaras anunciou o seu candidato, o vice-presidente do seu próprio partido, a Nova Democracia, Stavros Dimas.

Eleições legislativas podem ser antecipadas

De acordo com a Constituição da Grécia, para ser eleito, o candidato terá de ter 200 votos na primeira e segunda volta das eleições, que decorrerão nos dias 17 e 23 de dezembro, e 180 na terceira volta, que decorrerá no dia 27 de dezembro.

Acontece que a Nova Democracia e o Pasok, partidos da coligação no governo, contam com apenas 155 deputados; parece apostar no voto de 17-18 votos de deputados independentes, segundo o site ekathimerini.com, o que não seria suficiente. O partido Esquerda Democrática (Dimar), que tem 10 deputados, anunciou que não votará em Stavros Dimas, e o mesmo disse o partido dos Gregos Independentes, que tem 12 deputados. Do Syriza, evidentemente, não se espera qualquer voto.