O Bloco de Esquerda decidiu chamar Durão Barroso a depor na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES, depois de o nome do ex-presidente da Comissão Europeia ter sido citado por Ricardo Salgado, na terça-feira, no seu depoimento na Assembleia da República. Os bloquistas querem saber mais sobre o envolvimento de Barroso neste caso, recordando que o também ex-primeiro-ministro de Portugal trabalhou no Banco Espírito Santo.
"Vamos chamar Durão Barroso, porque foi mencionado que teve reuniões com Ricardo Salgado na fase crucial do BES", explica a deputada Mariana Mortágua.
"Vamos chamar Durão Barroso, porque foi mencionado que teve reuniões com Ricardo Salgado na fase crucial do BES", explica a deputada Mariana Mortágua.
Durante o seu depoimento à comissão, na terça-feira, o ex-CEO do BES falou sobre uma série de contactos desencadeados em maio, para tentar salvar as empresas do ramo não-financeiro do grupo Espírito Santo, numa tentativa final de garantir o seu financiamento e evitar uma maior contaminação do banco pelos problemas do GES. "Eventualmente demos uma palavra ao dr. Durão Barroso", num encontro em Lisboa, admitiu Salgado, que também referiu reuniões com Carlos Moedas, Maria Luís Albuquerque e Passos Coelho.
Nem compreensível, nem natural
Para a porta-voz da Comissão Permanente do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, não parece compreensível nem natural que Ricardo Salgado tenha ido falar com o presidente da Comissão Europeia, “não sabemos se nessa condição ou não”. Por isso, o Bloco quer saber porque é que Ricardo Salgado foi falar com Durão Barroso, se essa conversa teve consequências, se Durão Barroso fez alguma diligência ou não sobre o que se estava a passar no BES, com quem a fez, e assim explicar ao país qual é o seu real envolvimento neste caso.
“Barroso tem de explicar exatamente qual foi o seu envolvimento neste caso e julgo que o próprio só terá interesse em fazê-lo”, afirmou Catarina Martins, lembrando que o nome do ex-presidente da Comissão Europeia “também é citado em atas, como possibilidade de influência para tentar salvar o Banco Espírito Santo”.
