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12 selvajarias da CIA no relatório sobre torturas

Na pequena parte do relatório da agência de espionagem norte-americana sobre tortura trazida a público podem encontrar-se detalhes de um sadismo selvático. Eis uma dúzia de exemplos. Por Alberto Sicilia, Principia Marsupia.
Tortura pela liberdade? Foto de Justin Norman

O Senados dos EUA publicou 500 páginas de uma investigação sobre torturas da CIA. O relatório completo (não publicado) contem mais de 5000 páginas. Além disso, a Casa Branca bloqueou outros 9.400 documentos que os investigadoras não puderam consultar para elaborar o estudo.

Seja como for, na pequena parte trazida a público podem encontrar-se detalhes de um sadismo selvagem. (Nota: até agora apenas pude rever 300 páginas das 500 publicadas. Irei ampliando este post).

1) “Alimentação por via retal”.

“O menu de Majif Khan consistia num puré feito de húmus, pasta com tomate e nozes que era introduzido por via retal”

Façam a seguinte experiência: descarreguem o documento, cliquem controle F e procurem a palavra “retal”. Aparecem 38 referências. Leiam essas frases.

2) Pancadas e líquidos quentes sobre o pénis durante o interrogatório.

3) Torturas a prisioneiros que ainda estavam feridos por disparos sofridos durante a captura.

4) Sessões de tortura por mais de 100 horas seguidas sem dormir.

5) Roleta russa

6) Torturas a algumas das suas fontes por engano

7) “Exames retais com excessiva força”

8) Um agente CIA a um preso: “nunca irás a um tribunal porque não podemos deixar que o mundo saiba o que te fiz”.

9) 29 horas numa caixa de 76 cm x 76 cm x 53 cm

10) Waterboarding (técnica de afogamento simulado que a CIA tinha assegurado ao Departamento de Justiça que não constituía tortura)

11) Ameaças de violar a mãe do preso.

12) Utilizar o choro de um familiar incapacitado psíquico.

Na verdade, aqui falamos dos EUA, mas a Espanha está entre os países que colaboraram com o programa de detenções da CIA. Aqui um mapa elaborado pelo diário The Guardian:

Sabíamos que a CIA torturava. Também sabemos que este relatório não terá nenhuma consequência. Só um dos agentes da CIA que participou no programa de interrogatórios foi para a prisão.

Pelo menos, que estes detalhes de sadismo sejam conhecidos, difundidos e não sejam esquecidos.

Permito-me acabar este post com o Artigo 2 da Convenção Internacional contra a Tortura (assinada e ratificada por quase todos os países do mundo, EUA e Espanha incluídos).

Artigo 2 da Convenção Internacional contra a Tortura

Publicado em 10 de dezembro de 2014

Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net

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