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Grécia pode ter eleições antecipadas em janeiro

Primeiro-ministro antecipa para 17 de dezembro a eleição, no Parlamento, do Presidente da República. Caso nenhum candidato consiga os 180 votos necessários, eleições gerais antecipadas terão de ser convocadas para janeiro. Bolsa de Atenas cai mais de 10%.
Syriza diz estar confiante de que o próximo ano será de mudança, esperança e otimismo para a Grécia e a Europa. Foto de Left.gr
Syriza diz estar confiante de que o próximo ano será de mudança, esperança e otimismo para a Grécia e a Europa. Foto de Left.gr

O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, decidiu antecipar já para o dia 17 de dezembro a eleição do Presidente da República, que deveria ocorrer apenas em fevereiro. Ao mesmo tempo, Samaras anunciou o seu candidato, o vice-presidente do seu próprio partido, a Nova Democracia, Stavros Dimas.

Mínimo de 180 votos

De acordo com a Constituição da Grécia, para ser eleito, o candidato terá de ter 200 votos na primeira e segunda volta das eleições, que decorrerão nos dias 17 e 23 de dezembro, e 180 na terceira volta, que decorrerá no dia 27 de dezembro.

Acontece que a Nova Democracia e o Pasok, partidos da coligação no governo, contam com apenas 155 deputados; parece apostar no voto de 17-18 votos de deputados independentes, segundo o site ekathimerini.com, o que não seria suficiente. O partido Esquerda Democrática (Dimar), que tem 10 deputados, anunciou que não votará em Stavros Dimas, e o mesmo disse o partido dos Gregos Independentes, que tem 12 deputados. Do Syriza, evidentemente, não se espera qualquer voto.

Stavros Dimas tem 73 anos, e foi Comissário europeu do Ambiente de 2004 a 2009. Foi também ministro dos Negócios estrangeiros do governo pró-austeridade de Lucas Papademos. É membro da Nova Democracia desde 1977 e foi eleito deputado dez vezes consecutivas desde essa data.

Syriza prevê anos de mudança e otimismo

O Syriza elogiou a antecipação das eleições mas advertiu que esta decisão “é um esforço para esconder novas medidas [de austeridade] e de chantagear os votos dos deputados”.

Alexis Tsipras, líder do Syriza, previu que o ano novo trará soberania popular e um mandato forte para um governo do Syriza.

Alexis Tsipras, líder do Syriza, previu que o ano novo trará soberania popular e um mandato forte para um governo do Syriza.

Tsipras previu que o povo, “dando ao Syriza uma grande maioria militante, permitir-lhe-á implementar o seu programa e ultrapassar os grandes e esperados obstáculos.

“Estou confiante de que o próximo ano será de mudança, esperança e otimismo para a Grécia e a Europa”, concluiu.

A sondagem de 17 de novembro passado mostrava o Syriza em 1º lugar, com 38,5% dos votos, seguido da ND com 27%.

Bolsa de Atenas em queda abrupta

A Bolsa de Valores de Atenas reagiu mal ao anúncio da nova crise política que está à vista e caiu mais de 11% esta terça-feira

Entretanto, a missão da troika foi estendida por mais dois meses, dado que o governo de Samaras não cumpriu algumas das metas que aceitara, ao mesmo tempo em que está suspenso o pagamento de uma última tranche do empréstimo. Samaras estará assim a pensar no efeito de chantagem que tem esse adiamento, usando eventualmente como argumento de voto que o Syriza não terá condições para assinar o acordo final e encerrar a estadia da troika no país.

A Bolsa de Valores de Atenas reagiu mal ao anúncio da nova crise política que está à vista e caiu mais de 11% esta terça-feira; as perdas acumuladas desde o início ano são de 22%. Os bancos gregos registaram perdas superiores, entre 10,41% e 18,66%, e os juros da dívida soberana negociaram em alta no mercado secundário.

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