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Greve do pessoal de cabine da TAP tem “adesão maciça”

Sindicato denuncia o desrespeito pelos acordos e suspeita que a administração da TAP terá interesse em “apresentar ao governo para venda uma empresa que tenha o menor número possível de acordos de empresa". “Handling” em greve esta segunda-feira.
"Este Verão tivemos casos caricatos, como duas tripulações nomeadas para o mesmo voo", denuncia o sindicato.
"Este Verão tivemos casos caricatos, como duas tripulações nomeadas para o mesmo voo", denuncia o sindicato.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse à agência Lusa que a adesão à greve dos tripulantes de cabine da TAP é maciça, “melhor até do que no primeiro período da greve, onde tivemos uma adesão de 98%”.

Até às 9h deste domingo, já tinham sido cancelados 28 voos.

Terceiro dia de greve

A greve começou às 0h deste domingo e tem como objetivo exigir o cumprimento do acordo de empresa em vigor desde 2006. Este já é o terceiro dia de greve do pré-aviso de quatro dias: os tripulantes de cabine paralisaram a 30 de outubro e 1 de novembro e voltam ainda a fazer greve no dia 2 de dezembro.

O sindicato informou à Lusa que recebeu na sexta-feira a denúncia do acordo de empresa, acordo esse que motivou a greve, já que os trabalhadores de cabine consideraram que as conversações com a empresa foram infrutíferas no cumprimento das suas reivindicações, nomeadamente o direito a um fim de semana de descanso de sete em sete semanas e um planeamento atempado das escalas de serviço.

"O que podemos retirar disto é que talvez interesse à administração apresentar ao governo para venda uma empresa que tenha o menor número possível de acordos de empresa", observou Nuno Fonseca, do SNPVAC, fazendo referência ao processo de privatização da TAP.

O sindicato insiste que há um “desrespeito total da companhia” pelos trabalhadores, dando como exemplo o tratamento das lactantes.

O sindicato insiste que há um “desrespeito total da companhia” pelos trabalhadores, dando como exemplo “o tratamento das lactantes”, explicando que houve um acordo “para que voassem no máximo 10h30, mas não está a ser cumprido”.

Denuncia, além disso, inúmeras falhas na gestão da distribuição dos tripulantes que leva a alterações sem justificação. "Este Verão tivemos casos caricatos, como duas tripulações nomeadas para o mesmo voo", exemplifica. Esta má gestão "sistemática" está a deixar os tripulantes "em colapso", afirmou ao Plico a vise-presidente do sindicato, Luciana Passo.

Handling” em greve segunda-feira

Outro setor de trabalhadores ligados ao transporte aéreo, o da SPdH (Groundforce), PORTWAY e empresas de trabalho temporário no "handling" (assistência nos aeroportos), afiliados ao Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), entram também em greve por 24 horas na próxima segunda-feira 1 de dezembro.

Os trabalhadores reivindicam a negociação e a criação de um contrato coletivo para o setor do "handling", que abranja todos os trabalhadores, independentemente do operador.

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