O Procurador de St. Louis disse que o júri não tinha encontrado “uma causa provável para apresentar qualquer acusação ao agente Wilson”, mas há uma semana que o governador do Estado enviou tropas para o local com medo dos motins. Ou seja, desde há uma semana que se sabia que o agente Wilson ia ser ilibado.
Desde o início da semana que a pequena cidade de Ferguson, maioritariamente negra e com uma estrutura de poder dominada por brancos, está a ferro e fogo, tendo já sido detidas dezenas de pessoas. Mas os protestos expandiram-se para várias outras cidades dos Estados Unidos, porque a violência policial e a discriminação não são exclusivos daquele local. Na verdade, o racismo de Estado está instalado nos Estados Unidos da América.
Os manifestantes do Ferguson Action têm 6 simples reivindicações que são da mais elementar justiça:
1) Fim de todas as formas de discriminação e reconhecimento completo e efetivo dos Direitos Humanos.
Porque a violência é estrutural e institucional.
2) Fim imediato da brutalidade policial e do assassinato dos negros e dos oprimidos.
Porque a cada 28 horas uma pessoa negra morre nos Estados Unidos vítima da repressão do Estado.
3) Pleno emprego.
Porque o Direito ao Trabalho e um salário mínimo são a melhor arma contra a marginalização.
4) Habitação decente.
Porque ninguém deve ser obrigado a viver sem abrigo.
5) Educação para todos, para acabar com a autoestrada Escola > Prisão
Porque as políticas de disciplina aplicadas são discriminatórias e afastam os jovens de uma vida decente.
6) Fim das Prisões em massa e da Indústria das Prisões
Porque hoje as prisões se tornaram um negócio de armazenamento em massa dos cidadãos negros.
Ferguson é toda a América do Norte e o racismo de Estado tem de acabar.
E não se pense que o mesmo não existe na Europa, onde o povo Roma é deportado em massa, ou em Portugal, onde a câmara municipal da Amadora destrói as casas das pessoas negras que as construíram e que pagaram IMI durante 34 anos.
Somos todos Ferguson.
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#shutitdown