You are here

Hands Up! Don't Shoot! Ferguson e Racismo de Estado

A cidade de Ferguson no Missouri (EUA) está a ferro e fogo desde que na passada segunda-feira se conheceu a decisão de não acusar o polícia que em agosto disparou seis tiros e matou Michael Brown, um jovem adolescente negro.

O Procurador de St. Louis disse que o júri não tinha encontrado “uma causa provável para apresentar qualquer acusação ao agente Wilson”, mas há uma semana que o governador do Estado enviou tropas para o local com medo dos motins. Ou seja, desde há uma semana que se sabia que o agente Wilson ia ser ilibado.

Desde o início da semana que a pequena cidade de Ferguson, maioritariamente negra e com uma estrutura de poder dominada por brancos, está a ferro e fogo, tendo já sido detidas dezenas de pessoas. Mas os protestos expandiram-se para várias outras cidades dos Estados Unidos, porque a violência policial e a discriminação não são exclusivos daquele local. Na verdade, o racismo de Estado está instalado nos Estados Unidos da América.

Os manifestantes do Ferguson Action têm 6 simples reivindicações que são da mais elementar justiça:

1) Fim de todas as formas de discriminação e reconhecimento completo e efetivo dos Direitos Humanos.

Porque a violência é estrutural e institucional.

2) Fim imediato da brutalidade policial e do assassinato dos negros e dos oprimidos.

Porque a cada 28 horas uma pessoa negra morre nos Estados Unidos vítima da repressão do Estado.

3) Pleno emprego.

Porque o Direito ao Trabalho e um salário mínimo são a melhor arma contra a marginalização.

4) Habitação decente.

Porque ninguém deve ser obrigado a viver sem abrigo.

5) Educação para todos, para acabar com a autoestrada Escola > Prisão

Porque as políticas de disciplina aplicadas são discriminatórias e afastam os jovens de uma vida decente.

6) Fim das Prisões em massa e da Indústria das Prisões

Porque hoje as prisões se tornaram um negócio de armazenamento em massa dos cidadãos negros.

Ferguson é toda a América do Norte e o racismo de Estado tem de acabar.

E não se pense que o mesmo não existe na Europa, onde o povo Roma é deportado em massa, ou em Portugal, onde a câmara municipal da Amadora destrói as casas das pessoas negras que as construíram e que pagaram IMI durante 34 anos.

Somos todos Ferguson.

#handupdontshoot

#shutitdown

fergusonaction.com

Sobre o/a autor(a)

Engenheiro e mestre em políticas públicas. Dirigente do Bloco.
(...)