You are here

EUA: Onda de revolta contra impunidade policial

Pelo menos 170 cidades norte americanas de 37 Estados são palco de protestos contra a decisão do grande júri no sentido de não indiciar o polícia Darren Wilson pela morte de Michael Brown, o jovem negro de 18 anos atingido com seis tiros a 9 de agosto. A cidade de Ferguson encontra-se em estado de emergência.
Foto de Peoplesworld, flickr.

Milhares de manifestantes invadiram as ruas para exigir justiça pela morte de Michael Brown, acusando as autoridades de violência policial, de racismo e intolerância, e de gozarem de um estatuto de total impunidade.

Ao contrário do que aconteceu noutras localidades, onde os protestos foram marcados por marchas pacíficas e concentrações, Ferguson tornou-se palco de violentos confrontos. Carros e edifícios incendiados, vidros de lojas partidos, tiros e explosões e um enorme contingente composto por polícia de choque, FBI, Swat e Guarda Nacional. Este é o cenário na cidade do Missouri.

Nos últimos dois dias já foram detidas mais de 100 pessoas. O subúrbio de cerca de 20 mil habitantes na área metropolitana de St. Louis está em estado de emergência. As autoridades levantaram barricadas de cimento junto à esquadra da polícia, as escolas foram encerradas e vários estabelecimentos comerciais estão entaipados.

Família de Brown afirma-se dececionada

Numa nota enviada à imprensa, a família de Michael Brown afirmou-se "desapontada" com a decisão do grande júri. "Estamos profundamente dececionados pelo facto de o assassino do nosso filho não ter de sofrer as consequências dos seus atos", afirmou a família do jovem, apelando ao fim da violência e à promoção de manifestações pacíficas.

"Juntem-se a nós na nossa campanha para que todos os polícias nas ruas deste país usem uma câmara acoplada ao seu corpo. Pedimos-vos, respeitosamente, que protestem pacificamente. Responder violência com violência não é a reação mais apropriada", lê-se no comunicado.

O advogado da família, Benjamin Crump, denunciou o processo judicial como “totalmente injusto” e exigiu a nomeação de um procurador especial que reabra a investigação. “Condenamos a violência que aconteceu na noite passada, da mesma maneira que condenamos a violência que aconteceu a 9 de Agosto contra Michael Brown”, avançou o advogado. “Exigimos que todas as diligências sejam esgotadas e que a justiça seja efetivamente aplicada”, frisou.

Obama apela à calma

Já Obama sublinhou a necessidade de aceitar a decisão do grande júri.

“Alguns americanos concordam [com a decisão] e alguns americanos estão profundamente desiludidos e até zangados. É uma reação compreensível. Mas o nosso país assenta no respeito pela lei, e temos de aceitar a decisão que competia ao grande júri”, destacou.

Polícia afirma ter a consciência limpa

Ainda que Michael Brown estivesse desarmado, o agente que o matou com seis tiros argumenta que temia pela sua vida quando disparou e que tem “a consciência limpa”, considerando que agiu corretamente.

Em entrevista à ABC News, Darren Wilson afirmou que voltaria a agir da mesma forma.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Internacional
(...)