O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, renunciou nesta segunda-feira após quase dois anos à frente do Pentágono. O facto foi confirmado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, que classificou a gestão de Hagel como “exemplar”.
A saída de Hagel é apontada como uma resposta à divergência de opiniões entre o secretário e Obama, que lidera a coligação internacional no combate contra o EI (Estado Islâmico) no Iraque e na Síria.
Senador por Nebraska entre 1996 e 2008, Hagel é o único republicano na equipe de segurança nacional norte-americana. A amizade com Obama teria começado com as críticas à gestão de George W. Bush na Guerra do Iraque, quando ambos estavam no Congresso.
Atitude em relação a Assad no centro das divergências
No entanto, Hagel teria questionado a estratégia de chefe do Executivo para a Síria num memorando oficial, alegando que a política externa de Obama estava em risco por não ter conseguido deixar claras as suas intenções a respeito do combate ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad. Para o presidente norte-americano, os EUA seriam capazes de lutar contra o EI sem necessariamente lidar ou compactuar com Assad.
Além disso, o chefe do Pentágono teria inimizades com alguns oficiais de alto escalão da administração de Obama, que o classificavam como “tímido e um pouco confuso”. “Os funcionários aqui dizem que o Pentágono precisa de uma abordagem diferente da que Hagel vinha tratando”, afirmou a correspondente da Al Jazeera em Washington.
Primeira alteração do gabinete
O pedido de demissão de Hagel é a visto como a primeira alteração do gabinete da Presidência norte-americana após a vitória dos republicanos nas legislativas de 4 de novembro, eleições em que a oposição ganhou controlo total no Congresso.
Segundo o Twitter do Ministério de Defesa norte-americano, Obama argumentou que Hagel continuará no cargo até a entrada de seu sucessor, que será nomeado “no curto prazo”. De acordo com a Reuters, entre os candidatos em potencial estão Michele Flournoy, ex-subsecretária de Defesa, e Ashton Carter, ex-vice-secretário de Defesa.