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Multidão fez fila para ouvir Žižek no Porto
O filósofo Slavoj Žižek esteve no Porto, onde arrastou uma multidão e não deixou de oferecer a sua visão do quadro político nacional e internacional. O tom bem disposto, habitual no esloveno, arrebatou desde o início uma faculdade cheia.
A aula magna foi pequena para acolher a multidão, tendo sido montada uma transmissão interna para mais um anfiteatro e para os espaços comuns para acolher perto de mil pessoas, que esperaram numa fila com início várias horas antes do evento.
A aula magna foi pequena para acolher a multidão, tendo sido montada uma transmissão interna para mais um anfiteatro e para os espaços comuns para acolher perto de mil pessoas, que esperaram numa fila com início várias horas antes do evento. Žižek começou por referir-se à prisão de José Sócrates brincando e perguntando se a notícia seguinte seria o fecho da academia de Platão devido às medidas de austeridade.
Já num tom mais sério, aproveitou para responder às recentes entrevistas de Pablo Iglesias. O filósofo esloveno mostrou manter o seu apoio ao Podemos, mas referiu-se à tónica do político espanhol no conceito de dignidade. Como recordou, é um bom ponto de partida, mas a questão é como se desenvolve este termo. No seu entender esse é um desafio fundamental. Lembrou também a ênfase na preparação do dia seguinte à tomada de posse do governo.
No caso grego, Žižek tem chamando a atenção dos líderes do Syriza para os desafios de lidar com uma polícia com 15% de membros do partido fascista Aurora Dourada, uma administração pública que tem perto de um milhão de funcionários, ou mesmo sobre o que fazer com os serviços secretos.
Na conferência intitulada "A Liberdade de uma Escolha Forçada", o filósofo esloveno não deixou de abordar as questões filosóficas, bem como a utilização das habituais piadas que caraterizam este bem-disposto pensador. Foi prometido um regresso em breve a uma cidade sobre a qual demonstrou uma particular afinidade, estando já em preparação um seminário de alguns dias, com a participação ainda de Alenka Zupančič e Mladen Dolar (a troika lacaniana eslovena), num registo mais concentrado nas questões filosóficas.
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