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Afeganistão: Produção de ópio atinge novo recorde

A agência das Nações Unidas para as Drogas calcula que a produção de ópio afegão aumentou 17% em 2013, ano em que a área de cultivo atingiu 224 mil hectares.
Soldado afegão atravessa campo de papoilas. Foto Dep. Defesa dos EUA/Flickr

A produção de ópio no Afeganistão, país que detém 90% do mercado mundial de opiáceos, atingiu as 6400 toneladas no ano passado, revela o estudo do Gabinete das Nações Unidas para as Drogas e o Crime (UNODC). Os 224 mil hectares cultivados representam um aumento de 7% face ao ano anterior.

A província de Hilmand, no sul do país, continua a ser a maior área de cultivo das papoilas que alimentam o tráfico de heroína, seguida por Kandahar, Farah e Nangarhar. A ONU estima que a produção de ópio represente cerca de 4% do PIB do país, um valor em torno dos 685 milhões de euros.

A ligação entre política e narcotráfico não é alheia ao aumento da produção. Um alto funcionário da UNODC afirmou ao Boston Globe que "a eleição presidencial trouxe uma procura enorme de fundos" que não se encontram na economia legal. "Esse dinheiro tinha de vir de algum sítio, por isso viraram-se para a economia ilícita", afirma Jean-Luc Lemahieu.

O crescimento da produção e do cultivo acontece numa altura em que a procura mundial estagnou e vem provar uma vez mais o fracasso das promessas quer do poder político de Cabul, quer dos Estados Unidos, que justificaram a permanência no Afeganistão também com a necessidade de promover a política da "guerra às drogas".

A ligação entre política e narcotráfico não é alheia ao aumento da produção. Um alto funcionário da UNODC afirmou ao Boston Globe que "a eleição presidencial trouxe uma procura enorme de fundos" que não se encontram na economia legal. "Esse dinheiro tinha de vir de algum sítio, por isso viraram-se para a economia ilícita", afirma Jean-Luc Lemahieu.

As eleições presidenciais e provinciais decorreram ao longo de oito meses e para além das necessidades acrescidas de financiamento por parte dos candidatos, elas obrigaram a concentrar os esforços das forças policiais e militares na proteção das campanhas, deixando o terreno ainda mais livre para o aumento do cultivo das papoilas.

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