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UTAO alerta para “trajetória insustentável” da dívida pública

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental diz que no final de setembro a dívida pública era de 229.15 mil milhões de euros, 6 mil milhões acima do que o Governo previa para o fim do ano.
Foto Dave Dugdale/Flickr

A agência Lusa teve acesso à nota mensal da dívida pública elaborada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), um grupo especializado que apoia a Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças. A nota cita dados do Banco de Portugal para  concluir que o limite previsto pelo Governo para a dívida pública em 2014 já foi ultrapassado no fim do terceiro trimestre.

A própria UTAO conclui que "não será possível reduzir a dívida pública significativamente num contexto em que não se altere a política orçamental vigente desde a adesão ao euro”.

No fim de setembro, a dívida pública portuguesa atingiu 229,15 mil milhões de euros, aumentando 9.9 mil milhões de euros desde o início do ano. Este valor representa uma derrapagem de 5.9 mil milhões de euros em relação ao valor previsto pelo Governo para o fim de 2014.

Os técnicos da UTAO colocam sérias reservas à evolução da dívida nas próximas décadas, ao considerarem que com a manutenção do valor médio dos défices dos últimos anos, "a dívida pública assumiria uma trajetória insustentável".

Mesmo num cenário em que o défice público passe a rondar os 3%, registar-se-ia “uma redução relativamente limitada da dívida pública, atingindo um valor abaixo de 110% do PIB apenas em 2040”, prevê a análise da UTAO. Só num cenário otimista e inédito na zona euro - défices de 0,5% do PIB e crescimento de 4% em anos consecutivos - é que por volta de 2050 a dívida pública portuguesa conseguiria atingir os 60% do PIB que o Tratado Orçamental estabelece.

A própria UTAO conclui que "não será possível reduzir a dívida pública significativamente num contexto em que não se altere a política orçamental vigente desde a adesão ao euro”.

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