Classificando Jean-Claude Juncker como “uma má escolha para o cargo”, um dos mais influentes órgãos de comunicação social económicos, a Bloomberg, exigiu a demissão do atual Presidente da Comissão Europeia.
Na passada semana, foi revelado que à época que Junker era presidente do Governo e, ao mesmo tempo, tutelava a pasta das Finanças, as autoridades luxemburguesas auxiliaram secretamente várias multinacionais a fugir aos impostos.
“Juncker, pode dizer que enriqueceu o seu país, escolhendo para isso os bolsos de outros países, incluindo os da União Europeia, que agora está mandatado para servir”, afirmam os especialistas do órgão de informação norte-americano.
“A posição de Juncker como cabeça de um corpo que vai investigar práticas fiscais, que ele supervisionou como primeiro-ministro é um claro conflito de interesses”, acusam os editores da Bloomberg no editoral deste domingo.
Considerando que a Comissão Europeia pode muito bem achar que não fez nada de errado depois de investigar o regime fiscal luxemburguês, os editores entendem que com “Juncker no comando qualquer exoneração vai falhar na reposição da confiança pública”.
O editorial prossegue, “a União está a lutar para sair da crise financeira e é cada vez mais vista como elitista, intromissa e incapaz de produzir equidade ou crescimento. Ela não conseguirá ajudar neste esforço por ser dirigida por um homem que passou a sua carreira como negociador de bastidores por excelência, tendo construído um paraíso fiscal internacional às custas dos outros países europeus”.
Apesar do jornal obviar que Jucker não fez nada de ilegal, “as revelações fiscais que vieram a público são mais um teste à credibilidade da UE”. "A UE seria melhor servido se ele deixou o cargo”, concluem
Desde que o escândalo fiscal surgiu, Juncker não apareceu em público.