Legionella: “Enquanto não se descobrir a origem, número de casos pode aumentar”

09 de November 2014 - 16:16

Ao início da tarde deste domingo, já tinham sido detetados 180 casos de pessoas afetadas por legionella e quatro óbitos. Em declarações ao esquerda.net, Mário Durval, presidente da assembleia geral da Associação de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), aponta três hipóteses de origem e assinala que podem existir mais casos ainda não detetados.

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Os casos de legionella afetam sobretudo três freguesias do concelho de Vila Franca de Xira: Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga. Foto de Tiago Petinga/Lusa

Mário Durval refere-nos que este número de casos de doença dos legionários é uma “ocorrência muito rara”. Os casos detetados afetam sobretudo pessoas de três freguesias do concelho de Vila Franca de Xira: Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga.

Assinalando que ainda não está determinada a origem, o médico de saúde pública aponta que há três hipóteses que se podem colocar:

- “um sítio fechado com ar condicionado contaminado”, por exemplo um centro comercial;

- “problemas na água da rede e infeção através das gotículas do vapor”, por exemplo nos duches;

- “uma ou várias torres de arrefecimento de empresas da zona”.

O presidente da assembleia geral da ANMSP considera que o que está a ser feito, assim como os cuidados indicados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), “está certo”, refere que os sintomas são febre alta, dificuldades respiratórias, arrepios, dores de cabeça e musculares e aponta que as pessoas da área afetada que tenham estes sintomas se devem dirigir rapidamente aos serviços de saúde.

Mário Durval diz que é necessário fazer um “inquérito epidemiológico para encontrar a hipótese correta” das três que assinala e afirma: “Enquanto não se descobrir a origem, o número de casos pode aumentar”.

A DGS aponta que a bactéria legionella desenvolve-se em meio aquático e a infeção ocorre por inalação de gotículas contaminadas, não pela ingestão de água, causando pneumonias.

O diretor-geral de Saúde, Francisco George, declarou esta tarde:

“Temos 180 casos confirmados dos quais 24 internados em cuidados intensivos, e quatro óbitos e há uma quinta situação que ainda está em investigação em termos de diagnóstico mas que irá seguramente juntar-se a estes quatro casos".