“É necessário que o Governo tome uma ação rápida para não permitir o desmembramento da PT e essa ação rápida passa pela apropriação pública de 50 por cento do capital mais uma ação para poder controlar a empresa”, defendeu a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins.
A multinacional do setor das telecomunicações Altice, que detém a portuguesa Cabovisão, ofereceu 7.025 milhões de euros para a compra dos ativos da Portugal Telecom fora de África, anunciou esta segunda-feira a empresa em comunicado.
A Altice propôs comprar à brasileira Oi os interesses da Portugal Telecom fora de África, excluindo a dívida da Rio Forte, empresa do grupo Espírito Santo em processo de falência, e veículos financeiros da PT.
A dirigente bloquista classificou a Altice como “um fundo abutre” cuja função “é fazer o maior lucro possível no menor espaço de tempo” e considerou que a “perspetiva que se pode ter da Altice na PT é o desmembramento da PT, a sua venda às postas” e “milhares de despedimentos”.
A opção por uma intervenção estatal que passe pelo controlo maioritário da “parte estratégica” da PT “tem custos”, admitiu a coordenadora do Bloco de Esquerda, sublinhando que “tem muito menos custos do que Portugal perder uma empresa que tem um setor estratégico das comunicações, um centro tecnológico com um impacto muito grande na economia”.
Catarina Martins frisou que “a PT é um grupo com várias empresas” que tem uma “parte de capital financeiro e especulativo que não interessa ao país”, cabendo ao Estado “definir o perímetro da nacionalização”, disse.
“A passividade do Governo em tudo isto achando que a destruição da PT é a economia a funcionar é que não tem nenhum sentido”, criticou.