You are here

Ativistas evocaram vítimas de violência doméstica em Portugal

Nos últimos dez anos, a violência doméstica causou a morte de perto de 400 mulheres. Só este ano, o número de vítimas já ultrapassa as três dezenas. Em Lisboa e Coimbra, várias associações lembraram a história destas mulheres e fizeram um apelo à consciencialização e à mudança.
Foto retirada do facebook da UMAR.

Em Lisboa, algumas dezenas de pessoas depositaram flores junto de uma placa colocada perto da maternidade Alfredo da Costa de homenagem às vítimas de violência doméstica no concelho e assinalaram num pano preto nomes de várias das mulheres vitimadas a nível nacional, que ascendem a 398 nos últimos dez anos.

A iniciativa tratou-se, no fundo, de “um apelo à participação e um apelo à consciencialização e à mudança", segundo explicou Elisabete Brasil, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), em declarações à agência Lusa.

Segundo defendeu a ativista, tem de ser feita essa mudança, começando também pela formação dos mais novos, já que numa década não foram visíveis grandes mudanças.

"Estas mulheres não podem ter morrido em vão, têm de nos dar força para nós exigirmos uma mudança", reiterou Margarida Medina Martins, da Associação de Mulheres Contra a Violência.

Já Maria José Bravo, da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, referiu que a violência doméstica é transversal na sociedade, não sendo exclusiva de um determinado setor, e lembrou que, sendo um crime público, todas as pessoas devem denunciar casos que conheçam, porque não passa de um erro do passado o adágio "entre marido e mulher não metas a colher".

As ativistas defenderam que os tribunais, perante denúncias de crimes de género, que implicassem, nomeadamente, perseguições ou ameaças, deviam aplicar imediatamente medidas de coação, "desde logo o afastamento do agressor de locais frequentados pela vítima".

Em Coimbra, o movimento cívico “Nós Mulheres” promoveu uma vigília nas Escadas Monumentais. 

A iniciativa “pretende prestar um tributo às mulheres vítimas deste crime, alertando e denunciando esta realidade, reivindicando as medidas necessárias tendo em vista a sua concretização como vem descrito na Convenção de Istambul”, referiu o movimento.

“Naquele documento existem medidas definidas sobre estratégias globais de prevenção, o reforço das medidas legais de proteção em vigor, o apoio às organizações e serviços responsáveis pela aplicação da lei e da adoção numa abordagem que visa a eliminação da violência contra as mulheres”, acrescentou o movimento “Nós Mulheres”.

Termos relacionados Sociedade
(...)