"As crianças palestinianas inocentes estão a sofrer terrivelmente e há tempo demais. Devemos todos trabalhar para garantir que os rapazes e as raparigas palestinianas, e as crianças em todo o lado, recebam uma educação de qualidade num ambiente seguro. Porque sem educação nunca haverá paz", afirmou a feminista muçulmana de 17 anos que foi agraciada com o Prémio Nobel da Paz no mês passado “pela sua luta contra a opressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação”.
"Já sabemos até que ponto essas crianças sofreram devido aos conflitos e à guerra de Gaza. Esses meninos precisam de nosso apoio neste momento, pois enfrentam situações difíceis", reforçou.
A doação será canalizada para 65 escolas em Gaza através da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). Espera-se que o ato de Malala leve outras entidades a contribuir para ajudar os nove mil professores que procuram assegurar o direito à educação de 250 mil crianças.
Mais de 2.000 palestinianos, entre os quais cinco centenas de crianças, morreram em resultado da agressão israelita e somaram-se milhares de feridos. Em 53 dias de guerra, a Faixa de Gaza recuou o equivalente a 30 anos, em termos de infraestruturas.
O comissário-geral da UNRWA, Pierre Krähenbühl, agradeceu a doação e referiu que a ONU ficou sensibilizada com o gesto. Frisando que considera Malala como um "símbolo do potencial sem limites que tem cada criança na Terra", Krähenbühl referiu que partilha com a Nobel da Paz "a profunda fé na importância da educação como um meio de erguer jovens raparigas e rapazes acima do isolamento, da exclusão e da opressão".