"Toda a criação artística está sob ataque, ou seja, a liberdade do artista e da criação. Vê-se bem aqui o projeto ideológico do Governo", apontou Catarina Martins, referindo-se aos "75 % de quebra no orçamento da cultura em 10 anos, que é a marca da asfixia lenta".
Num encontro-debate, denominado "A cultura em crise", com diversas entidades e organizações representativas do setor, a deputada bloquista prometeu "mais trabalho" para chegar a propostas concretas finais em cinco áreas: "financiamento, autonomia, planificação, acesso e fiscalidade".
"Há dois problemas grandes: o Governo central tem-se vindo a desresponsabilizar e responsabiliza tudo por fazer tudo, desde a internacionalização aos programas educativos por parte dos criadores; por outro lado, a ideia da competitividade substituiu a ideia da complementaridade - tem de haver uma rede para haver diversidade, para satisfazer os vários públicos e, também, garantir a existência de uma comunidade artística", sublinhou.
Segundo o Bloco, a atual proposta de OE2015, contemplando 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para as atividades culturais, "é mais um não orçamento".
A abertura da sessão foi feita pelo músico e compositor António Pinho Vargas, tendo lhe seguido dois painéis de discussão. O primeiro, com o tema do património e equipamentos públicos, contou com a presença de Marta Martins (ArtemRede), João Neto (APOM), José Alberto Ribeiro (ICOM), Associação Portuguesa de Biblioteca, Arquivistas e Documentalistas, Inês Fialho Brandão (Acesso Cultura) e com a moderação de Rui Matoso. O segundo painel debateu a criação artística no país, tendo contado com a presença de Jorge Palinhos (Plateia), Luís Cunha (CENA – Sindicato) e da Né Barros (Rede).