No final de um encontro com a ministra de Estado e das Finanças e com o ministro dos Assuntos Parlamentares, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015, Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, disse que o essencial que lhe foi comunicado é que continua a haver um saque fiscal por via do IRS, a sobretaxa do IRS não baixa, e há o engodo de dizer que “se tudo correr bem, se o sol brilhar todos os dias do ano, eventualmente em 2016 as pessoas poderão reaver algum do IRS pago”.
Continua a haver um saque fiscal por via do IRS e há o engodo de dizer que “se tudo correr bem, se o sol brilhar todos os dias do ano, eventualmente em 2016 as pessoas poderão reaver algum do IRS pago.
Ao mesmo tempo, o governo vai reduzir o IRC sobre os grandes grupos económicos, que já se tinham beneficiado de uma baixa este ano. “De facto, esta é a inversão da conduta política de Robin dos Bosques: Robin dos Bosques tirava dos ricos para dar aos pobres, vemos o governo que tira aos pobres para dar aos muitos ricos do nosso país”, apontou o deputado do Bloco.
Ideias já provadas como negativas para o país
Pedro Filipe Soares denunciou que “há uma tentativa do governo de dizer que este é um novo Orçamento, de um novo governo, uma nova fase no país, mas de facto feito de medidas velhas, de ideias já provadas como negativas para o país e sem ter uma solução para a vida das pessoas”, e insistiu que “este governo sairá de funções com uma taxa de desemprego muito superior àquela que existia quando entrou; sairá com uma dívida pública muito superior àquela que existia quando entrou no governo”.
Recordando que o governo dizia que o IRS era particularmente elevado, “mas é exatamente do lado das famílias onde nada se mexe e continua o ataque ao bolso das pessoas”, o deputado bloquista apontou que houve um aumento de 30% da carga fiscal do IRS e uma redução de 20% da carga fiscal sobre os grandes grupos económicos”, o que cria um país mais desigual.
A delegação do Bloco de Esquerda perguntou ao governo como ficam os trabalhadores da administração pública, e a resposta do governo foi que vão sofrer novamente cortes, “novamente há uma redução e há o rasgar do contrato que tinha sido celebrado”. Segurança Social, Escola pública, SNS, vão continuar a sofrer o garrote.