Cerca de 60 mil pessoas manifestaram-se sábado em Hong Kong contra as leis eleitorais decretadas pelo governo chinês, pelas quais os candidatos aos principais cargos governamentais locais têm de passar pelo crivo do Partido Comunista Chinês. Os manifestantes exigem que as eleições de 2017 no território autónomo da China sejam plenamente democráticas.
A polícia reprimiu a manifestação com gás pimenta e impediu que os protestos chegassem junto de outro grupo de manifestantes que mantém uma concentração permanente (sit-in) em torno da sede do governo.
Amnistia Internacional denuncia
Pelo menos 70 ativistas foram presos. A Amnistia Internacional fez um apelo este domingo pela libertação dos detidos e condenando a violência policial. Trinta e quatro manifestantes receberam atendimento hospitalar.
Entre os detidos está um dos líderes dos protestos dos estudantes, que despoletaram o atual movimento há uma semana. Joshua Wong, de 17 anos, foi procurado no seu dormitório na universidade por polícias que apreenderam computador e cartões de memória do ativista. Os pais, Grace e Roger Wong, divulgaram uma declaração em que afirmam que o filho está a ser perseguido por motivos políticos, já que não há justificação legal para as contínuas detenções, tendo em conta até a idade do estudante.
Occupy Central
Líderes do recém-criado movimento Occupy Central, que tinham a intenção de fazer uma manifestação separada, decidiram juntar-se ao movimento dos estudantes e participar no sit-in. O Occupy Central é um movimento de desobediência civil que luta por reformas políticas e eleições democráticas, e inspira-se no Occupy Wall Street.