“Os partidos unionistas prometeram na reta final da campanha para devolver mais poderes à Escócia. E a Escócia espera que elas sejam honradas de forma rápida”, afirmou Alex Salmond na sua declaração em que assumiu a derrota do Sim à independência. O primeiro-ministro e líder dos nacionalistas escoceses (SNP) destacou a participação recorde no referendo e o facto de 1,6 milhões de eleitores terem apoiado a independência da Escócia, para dizer que tanto eles como “todos os escoceses que participaram neste referendo vão exigir que o calendário seja cumprido”, ou seja, que até 27 de março de 2015 seja aprovada uma lei que transfira mais poderes a nível fiscal e de proteção social.
“Uma afluência às urnas é uma das mais altas do mundo democrático em qualquer eleição ou referendo da História - isso foi uma vitória para o processo democrático e para a participação na política”, sublinhou Alex Salmond.
O resultado do Sim foi afetado por uma participação abaixo da média em Glasgow. Com 75% de afluência às urnas, os habitantes da maior cidade escocesa deram a vitória ao Sim, com 53,5%, mas não conseguiram contrariar o avanço do Não noutras regiões importantes. Por exemplo, em Edimburgo, o Não venceu com 61%. E no total dos 32 distritos, o Sim apenas venceu em quatro.
Ainda antes do anúncio dos resultados, o líder dos socialistas escoceses (SSP) atribuía uma eventual vitória do Não aos “truques de propaganda” dos partidos do Não nos últimos dez dias. Eles amedrontaram as pessoas. Os idosos e a classe média são a maior parte dos votantes do Não, enquanto a maioria dos trabalhadores esteve ao lado da campanha do Sim”, declarou Colin Fox.
“Hoje a escolha foi entre a independência e o adiamento da independência e parece que vamos ter o adiamento da independência”, lamentava o líder do SSP, garantindo no entanto que o referendo e a campanha do Sim “foram bons para o futuro da esquerda”, que conseguiu marcar a agenda e impedir que o debate fosse preenchido por argumentos xenófobos.