Joel-Peter Witkin nasceu há 75 anos

14 de September 2014 - 15:21

As suas fotografias constituem uma crítica contundente ao modelo de organização e vida proposto pela sociedade ocidental atual. Artigo de António José André.

PARTILHAR
Joel-Peter Witkin no Museu Nacional de Belas-Artes do Chile. Foto jamás, no jamás/Flickr

O fotógrafo Joel-Peter Witkin, nasceu no dia 13 de setembro de 1939, em Brooklyn (Nova Iorque). As suas fotografias constituem uma crítica contundente ao modelo de organização e vida proposto pela sociedade ocidental atual.

A natureza-morta aparece numa grande parte das obras de Witkin. Witkin substituiu as flores, frutas e animais exuberantemente arrumados por corpos humanos sem vida, arranjados em cenas cuja mensagem é realçada pelo nome escolhido para a obra.

Durante a infância, várias experiências serviram de inspiração para as suas obras. No livro “The Bone House”, Witkin conta que, em criança, presenciou um acidente de carro, no qual uma rapariga foi decapitada e a cabeça dela rolou até aos seus pés. O que lhe chamou a atenção foi a impressão obtida a partir dos olhos da rapariga já sem vida.

Depois do liceu, teve um emprego que lhe proporcionou os primeiros conhecimentos sobre técnicas fotográficas. De 1961 a 1964, trabalhou como fotoógafo de guerra, no Vietname. Depois do serviço militar, voltou para Nova Iorque, trabalhando como fotógrafo profissional na Cooper Union.

Witkin estudou Escultura e recebeu uma bolsa de estudos em Poesia da Universidade Columbia. Em 1974, recebeu uma bolsa de estudos em Fotografia do New York State Council on the Arts. Em 1977, ganhou uma bolsa da Fundação Ford. Em 1982, 1984 e 1986 foi premiado com a bolsa NEA.

Em 1988, recebeu o International Center of Photography Award. Em 1990, o ministro francês da cultura, Jack Lang, premiou-o como “Cavaleiro das Artes e Letras”. Em 1993, o American Center (Paris) e o NEA possibilitaram-lhe criar um programa permanente de fotografia na França, que depois expandiu para Itália, Eslováquia e Reino Unido.

Vários museus possuem fotografias de Joel-Peter Witkin nos seus acervos permanentes: a Biblioteca Nacional (Paris), o MOMA (São Francisco), o Museu Stedelijk (Amsterdão), o MOMA (Nova Iorque).

A natureza-morta aparece numa grande parte das obras de Witkin. Witkin substituiu as flores, frutas e animais exuberantemente arrumados por corpos humanos sem vida, arranjados em cenas cuja mensagem é realçada pelo nome escolhido para a obra.

Nas suas obras verificam-se nítidas referências aos pintores Picasso, Diego Velásquez, Bosch, Leonardo da Vinci e Goya, entre outros. Witkin, que trabalha principalmente a P/B, desenvolveu técnicas de tratamento das imagens em laboratório para obter fotografias com o aspeto de "envelhecidas".