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Reunião entre Livre e Bloco revela focos diferentes

Rui Tavares quer “esperança de ancorar uma governação à esquerda”; João Semedo defende o foco na luta contra a austeridade e o Tratado Orçamental e não vê o PS como parceiro nesse combate.
As duas delegações duranteo encontro. Foto de Paulete Matos

O Livre e o Bloco de Esquerda fizeram uma primeira reunião formal nesta terça-feira, na sede da rua da Palma, onde o ex-deputado europeu Rui Tavares agradeceu a "generosidade" e "disponibilidade" do Bloco para o encontro, que serviu para fazer uma apresentação do novo partido político.

O Livre esteve representado por Rui Tavares, Maria João Pires, Renato Carmo e Ricardo Alves. Da parte do Bloco de Esquerda, estiveram presentes o coordenador do partido João Semedo, e os dirigentes Joana Mortágua, Jorge Costa e Ricardo Moreira.

O Livre “já reuniu com o Partido Comunista Português e com o Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN)”, esclareceu Rui Tavares, “e tem também reuniões pedidas ao Partido Ecologista 'Os Verdes', ao Partido Socialista, teve também uma reunião com a Associação Fórum Manifesto e tem uma reunião pedida à associação Renovação Comunista".

Ancorar uma governação à esquerda

A reunião permitiu uma troca de opiniões sobre a realidade política nacional e europeia. O representante do Livre esclareceu que não era o objetivo do encontro estabelecer uma convergência: “foi mais uma apresentação, ver onde é que as estratégias se sobrepõem e onde é que divergem”.

Em resposta a um jornalista disse que “o Livre tem como um dos seus objetivos primeiros a possibilidade de realizar convergências à esquerda, que podem ser eleitorais, podem ser convergências governativas, conquistas práticas concretas”. E sustentou que “é muito importante que a esquerda à esquerda do PS seja reforçada nos meses que aí vêm, porque quanto mais força tiver mais podemos ter esperança de ancorar uma governação à esquerda”.

Acordo com o PS no centro das divergências

Pelo Bloco de Esquerda, João Semedo sublinhou que o foco do partido é no combate e na alternativa às políticas de austeridade, “isso é aquilo que mobiliza todo o Bloco neste momento”.

Semedo disse que a reunião mostrou que “no que respeita ao Livre, há uma concentração na aproximação ao Partido Socialista e na procura de um acordo político de governo com o PS”. Ora para João Semedo, “o Partido Socialista tem-se excluído de soluções e políticas de esquerda”, ao não ser claro “que o PS esteja determinado a combater a austeridade, o Tratado Orçamental, libertar o país da pobreza, seja com António José Seguro ou António Costa, é evidente que uma força de esquerda como o Bloco de Esquerda, que quer governar à esquerda, não pode olhar para o Partido Socialista como um parceiro”.

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