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Bombeiro galego torna-se herói da luta contra os despejos

Mais de cem pessoas aplaudiram Roberto Rivas à entrada do tribunal da Corunha, onde respondeu por se ter negado a participar no despejo de uma idosa e empunhado um cartaz da campanha "Stop despejos!"
Bombeiros recusam-se a despejar pessoas que não conseguem pagar o empréstimo da casa. Foto publicada no blog Stop Desahucios da Corunha.

O despejo de Aurelia Rey devia ter acontecido a 18 de fevereiro de 2013, mas os ativistas e a corrente colocada na porta da idosa de 85 anos procurava impedir que os bombeiros, normalmente chamados nestas situações, conseguissem entrar na casa. Em seguida, ocorreu um episódio que surpreendeu todos os presentes, incluindo os ativistas anti-despejos: um bombeiro, com a cara semi-coberta pelo capacete, empunhou um cartaz da campanha "Stop Despejos!" e recusou-se a cortar a corrente.

O ato de desobediência de Roberto Rivas voltou a ser aplaudido à entrada do tribunal por ativistas antidespejos e reporesentantes políticos do Bloco Nacionalista Galego, Alternativa Galega de Esquerda e o PS galego. Para a Plataforma "Stop Despejos", a ação judicial é "um exemplo claro de até onde está disposto a chegar o Governo do PP contra os que lutam para pôr as pessoas acima do capital".

Com base no relato policial, Roberto Rivas está agora acusado de "provocar reações no público que alterem ou possam alterar a segurança cidadã" e a subdelegação do Governo aplicou-lhe uma multa de 600 euros. Rivas recorreu e foi esta quinta-feira a tribunal tentar convencer os juízes de que "não foi um ato premeditado" e que apenas pretendeu dar a conhecer a sua opinião de que "os bombeiros não devem realizar este tipo de tarefas". Rivas sublinhou aos jornalistas que entre as razões que o fizeram tornar-se bombeiro "não está despejar pessoas das suas casas". Por isso, garante, "hoje voltaria a fazer o mesmo".

O bombeiro que se tornou num símbolo da luta antidespejos assegura que não cometeu nenhum crime e que o município da Corunha, que é responsável pela corporação, nunca lhe fez nenhuma advertência após o dia em que foi notícia em toda a Espanha. Para Rivas, a subdelegação do Governo apenas quer castigá-lo "por defender princípios e valores".

O ato de desobediência de Roberto Rivas voltou a ser aplaudido à entrada do tribunal por ativistas antidespejos e reporesentantes políticos do Bloco Nacionalista Galego, Alternativa Galega de Esquerda e o PS galego. Para a Plataforma "Stop Despejos", a ação judicial é "um exemplo claro de até onde está disposto a chegar o Governo do PP contra os que lutam para pôr as pessoas acima do capital".

Quanto à idosa salva do despejo pelo bombeiro da Corunha - e que já tinha sido salva antes, também graças a pressão dos manifestantes na hora do despejo - acabou por chegar a acordo com os senhorios para continuar mais dois meses na casa onde viveu durante 30 anos, tendo entretanto conseguido mudar-se para outra casa com um preço mais comportável. Para além do bombeiro, foram também multados nesse dia quatro ativistas do Stop Despejos, um deputado do BNG e dois autarcas do BNG e da EU-V.

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