You are here
“É benéfico para Portugal sair do euro”
É benéfico para Portugal sair do euro, defendeu João Ferreira do Amaral no painel “E se tivermos de sair do euro?”. Para o economista do ISEG, nem todos os prós são equivalentes aos contras e, fazendo um balanço, os contras da saída do euro são muito menores que os prós.
“Penso que Portugal não tem sustentabilidade na zona euro, nem económica nem financeira, nem social e, por consequência, não tem sustentabilidade política. Mas admito que haja outras avaliações”.
Para o economista, Portugal deveria pensar já em deixar o euro. “A oportunidade de uma saída negociada seria numa altura em que houvesse mais estabilidade na zona euro, o que pode ser num prazo relativamente curto. Portugal tem vantagem que seja o mais rapidamente possível”.
“A oportunidade de uma saída negociada seria numa altura em que houvesse mais estabilidade na zona euro, o que pode acontecer num prazo relativamente curto".
João Ferreira do Amaral não pensa que a saída de Portugal pudesse abanar definitivamente a zona euro. “O país não está bem dentro da zona euro, é visível para toda a gente, em Portugal e fora, os mercados sabem-no bem, e portanto ninguém se espantará muito que Portugal encontre outra forma de poder crescer e sustentar-se enquanto país”, diz, recordando que a economia portuguesa não representa nada de muito importante a nível mundial nem sequer na própria União Europeia, não se justificando dramatizar a questão.
Reforçar o crescimento económico e alterar a estrutura produtiva
“A saída do euro seria fundamentalmente a forma de nós reforçarmos o crescimento económico e alterarmos a nossa estrutura produtiva no sentido de nos inserirmos melhor na globalização; e uma das consequências destas coisas é podermos pagar melhor a nossa dívida pública e podermos gerir melhor a nossa dívida externa”.
O professor do ISEG não acredita que seja a zona euro a expulsar Portugal. “Penso que não se porá essa questão, nem seria desejável. Penso que Portugal não tem vontade política hoje, mas não sabemos o que se passa daqui a dois ou três anos. E penso que à medida que os cidadãos se apercebam de que Portugal não tem futuro na zona euro, a própria vontade política se alterará”.
Add new comment