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Trabalhadores da Moritex estão desde 7 de agosto à porta da fábrica

O Bloco de Esquerda manifestou solidariedade aos cerca de 80 trabalhadoras e trabalhadores da empresa têxtil Moritex, em Pinheiro, Guimarães, que se encontram desde a passada 5ª feira (7 de agosto), dia e noite, à porta da fábrica, para impedir que saiam do local mercadorias ou máquinas.
Pedro Soares, dirigente nacional do Bloco, pede medidas excecionais e urgentes para apoio à recuperação económica da região e criação de postos de trabalho

Desde abril que não recebem salários, e temem que se repitam as tentativas de saída de matérias-primas ou equipamentos para pagar dívidas a fornecedores ou da transferência para outra empresa da família, deixando os trabalhadores diante do facto consumado de não haver dinheiro para lhes pagar salários e subsídios em atraso.

Uma delegação do Bloco de Esquerda, com o dirigente nacional Pedro Soares e Joaquim Teixeira da Concelhia de Guimarães, esteve nesta quarta-feira, 13 de agosto, com o piquete de trabalhadores à porta da Moritex a manifestarem a sua solidariedade e apoio a esta luta exemplar dos trabalhadores em defesa dos seus direitos mais elementares, como é o direito à retribuição pelo trabalho prestado.

Após a entrada em Tribunal do pedido de insolvência apresentado pelo Sindicato Têxtil, a entidade patronal acabou por recorrer ao PER (Processo Especial de Revitalização) para suspender o pedido de insolvência. Incompreensivelmente, a entidade patronal da Moritex não tinha recorrido a esse processo anteriormente, apesar de manter os trabalhadores com salários em atraso, só o fazendo após a iniciativa do Sindicato que desbloqueou a situação.

A nomeação do administrador judicial, que decorre do PER, os trabalhadores esperam que a situação patrimonial da empresa fique sob controlo e terminem as tentativas de saída de mercadorias e equipamentos. No entanto, Sindicato e trabalhadores não deixarão de continuar vigilantes e a acompanhar o desenrolar das várias etapas do PER.

Para além da solidariedade transmitida aos trabalhadores, a delegação do Bloco falou com os dirigentes sindicais presentes e inteirou-se da situação. Manifestou igualmente grande preocupação pelo futuro da empresa e dos postos de trabalho, tendo em conta a baixa taxa de êxito dos processo especiais de revitalização.

De facto, naquele processo qualquer credor dispõe de 20 dias após a nomeação do administrador judicial provisório para reclamar créditos, iniciando-se depois um processo negocial. A situação a que a entidade patronal deixou chegar a Moritex não augura nada de bom, sendo previsível que a generalidade dos postos de trabalho acabem por ser eliminados, agravando-se o desemprego que já é elevado na região.

Perante este quadro, o Bloco reclama medidas excecionais e urgentes por parte do Governo, em especial do Ministério da Economia, para apoio à recuperação económica da região e criação de postos de trabalho. Relembrou o Bloco que no distrito de Braga mais de metade dos desempregados já não recebem subsídio de desemprego, temendo pelo futuro destes trabalhadores.

Mais informação em bragadistrito.bloco.org

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