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David Cameron lança nova ofensiva contra imigrantes

Num artigo da sua autoria, publicado no The Telegraph, David Cameron anuncia que “o governo tem um plano económico de longo prazo para assegurar um melhor futuro para o Reino Unido” e que “controlar a imigração é uma parte vital do plano”.
Salientando que o Reino Unido tem atualmente uma das “mais altas taxas de migração da sua história moderna” e que entraram no país mais “2.5 milhões de pessoas para trabalhar do que as que saem”, o primeiro-ministro britânico esclarece que pretende desenvolver “um sistema de imigração que ponha o Reino Unido em primeiro lugar”.
Para esse efeito, David Cameron, pretende “acabar com os abusos do sistema, garantir que as pessoas certas veem para cá pelas razões certas, e assegurar que o povo britânico consegue um acordo justo”.
No artigo são enunciadas medidas concretas que passam por diminuir o período durante o qual os imigrantes podem receber prestações sociais enquanto procuram emprego - de três para seis meses, bem como o tempo que os imigrantes têm de esperar desde que entram no país até que possam ter acesso a estas prestações – que também é fixado em três meses, por impedir que as vagas de emprego em empresas britânicas sejam difundidas por toda a União Europeia e por restringir os vistos de estudantes atribuídos pelas universidades.
“Ninguém pode esperar vir para o Reino Unido ganhar subsídios a troco de nada”, frisa Cameron.
O primeiro ministro britânico também criticou o facto de os imigrantes ilegais conseguirem tirar a carta de condução, alugar casa ou abrir uma conta bancária, prometendo introduzir duras medidas para combater estas situações.
São ainda anunciadas alterações à Lei de Imigração que permitam deportar “criminosos estrangeiros” antes que estes tenham sequer oportunidade de apresentar qualquer recurso.
O Reino Unido tornou-se, nos últimos anos, num dos principais destinos da emigração portuguesa, principalmente dos portugueses mais jovens e qualificados. Em 2013, o Reino Unido recebeu 30.120 emigrantes portugueses.
Comissão Europeia vai analisar as medidas
O The Thelegraph noticiou, entretanto, que as medidas propostas por David Cameron vão ser investigadas pela Comissão Europeia (CE) por forma a verificar se as mesmas constituem um “abuso” face às atuais leis de emigração da União Europeia.
“Como e quando a proposta for finalizada, iremos avaliar a sua conformidade com as leis da UE. Existem fortes salvaguardas na legislação da UE contra o abuso. A grande maioria dos emigrantes da UE vão para outros estados membros para trabalhar e são contribuintes líquidos”, avançou uma fonte da Comissão Europeia ao The Thelegraph.
“O Reino Unido não é legalmente obrigado a anunciar as vagas de emprego. Os primeiros a saírem prejudicados são as empresas britânicas", acrescentou, frisando que foi “difícil compreender este anúncio”.
Em fevereiro, a CE ameaçou levar o executivo de David Cameron a tribunal, alegando que a proposta do governo britânico de impedir que os emigrantes com salários inferiores a £149 por semana recebessem qualquer prestação social era contrária à legislação da UE.
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