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Parlamento chumbou voto do Bloco que condenava admissão da Guiné Equatorial na CPLP

“É uma aprovação que envergonha Portugal. E nem o facto da Guiné Equatorial ter feito do português a sua terceira língua oficial desvia as atenções do óbvio: na Guiné Equatorial não existe um primado de primado de paz, de democracia, de Estado de direito, de respeito pelos direitos humanos e de justiça social”, refere o voto de condenação apresentado pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.
A proposta acabou por ser rejeitada esta sexta feira com os votos contra do PS, PSD e CDS, a abstenção do PCP, dos Verdes e de quatro deputados do PS. 29 deputados do PS votaram a favor deste voto.
O Esquerda.net reproduz, na íntegra, o texto do voto de condenação pela admissão da Guiné Equatorial na CPLP apresentado pelo Bloco:
“A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontra num dos seus princípios fundadores 'o primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social'. Estes valores têm uma exigência inerente a todos os estados membros da CPLP, bem como a todos os estados que pretendam aderir a esta comunidade.
A Guiné Equatorial não é um país que respeite nenhum destes princípios fundadores e a sua admissão na Comunidade de Países de Língua Portuguesa revela uma cedência intolerável. Trocaram-se os valores da defesa dos direitos humanos pelo petróleo e gás natural.
A Guiné Equatorial é governada por um ditador há 35 anos. Teodoro Obiang ascendeu ao poder depois de um golpe de Estado sangrento em 1979. O país é um dos mais corruptos do mundo segundo a Transparency International, figurando na posição 163 entre 177 países analisados.
É um país onde é permitido a Obiang governar por decreto, concentrando nele grande parte do poder de Estado, e onde a pena de morte, ainda que tenha sido suspensa, ainda faz parte do quadro legal.
Não existe liberdade de expressão, nem liberdade de imprensa, como é referenciado por diversas organizações não-governamentais, por exemplo a organização Repórteres sem Fronteiras. Este é, apesar de tudo isto, a partir de dia 23 de julho, um membro de pleno direito da CPLP, contando com a aprovação de Portugal.
É uma aprovação que envergonha Portugal. E nem o facto da Guiné Equatorial ter feito do português a sua terceira língua oficial desvia as atenções do óbvio: na Guiné Equatorial não existe um primado de primado de paz, de democracia, de Estado de direito, de respeito pelos direitos humanos e de justiça social.
Existe, isso sim, petróleo e gás natural, mas não se pode tolerar que isso baste para legitimar um regime opressor de todo um povo”.
Comments
De facto, e cada vez mais,
De facto, e cada vez mais, estou a pensar ensinar aos meus futuros filhos a "gamar", "burlar" e "arrancar os dentes" porque está mais do que visto que portugal virou, de quimera da democracia para estado não presente mas sim nos subdesenvolvidos, que ainda continua a aceitar medidas retrogradas como forma de pagamento. Pergunto-me se o que nos ensinam na escola acerca da democracia será a verdade porque o que vejo cada vez mais são esquemas, cada vez mais complexos deixe-se que se diga, para retirar dinheiro ao estado(povo) para ser gasto futuramente sabe-se lá onde.
E com esta noticia à que pensar, ou mudamos de nacionalidade ou ficamos do lado deles, porque burlar está na moda e os cplp são o típico grupo que se rege pelas modinhas internacionais, mas quem sabe, podem ainda vir a ser capitais desta nova tendência.
Quanto à guiné um (irónico) cumprimento,e senhor obiang quando cá vier aproveite e peça um coelho à caçador prometemos que o senhor passos não fica chateado e não lhe bate com as(o) portas na cara.
Em Africa, em alguns paises
Em Africa, em alguns paises existe conceitos diferentes do que se entende o que e' democracia. Em Portugal tambem nao existe democracia a serio ou autentica. E o exemplo disto e' o facto de o povo nao ter meios politicos, para alem do voto, a peticao e queixarem-se na procuradoria geral da republicade para se oporem a leis que sao contra o Povo. O cidadao normal nao se pode candidatar ao parlamento sem estar filiado em qualquer partido. AQUI EM PORTUGAL TAMBEM NAO HA' DEMOCRACIA.
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