You are here

Reestruturação da dívida soma apoios

O economista norte-americano Kenneth Rogoff e o seu colega alemão Hans-Werner Sinn defendem que só um alívio da dívida poderá oferecer aos países do Sul da Europa a saída do círculo vicioso que a dívida excessiva provoca.
Kenneth Rogoff. Foto de Canada 2020
Kenneth Rogoff: está na hora de iniciar conversações sobre um alívio da dívida para toda a periferia da eurozona. Foto Foto Canada 2020

A necessidade de reestruturar a dívida dos países do Sul da Europa foi defendida nos últimos dias por dois importantes economistas – o norte-americano Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI e professor da Universidade de Harvard, e o alemão Hans-Werner Sinn, do IFO Institute, de Munique.

Rogoff afirmou que está na hora de iniciar conversações sobre um alívio da dívida para toda a periferia da eurozona. Apesar de haver muitas explicações para o facto de a recuperação económica na Europa estar a patinar, o economista aponta para o círculo vicioso que a dívida excessiva provoca nos países. “Dívidas excecionalmente altas, públicas e privadas, condicionam as opções dos países e estão inegavelmente associadas ao crescimento lento, que, por sua vez, faz com que seja difícil escapar à armadilha da dívida”, escreveu Rogoff num artigo de opinião publicado pelo Project Syndicate.

Dívidas excecionalmente altas, públicas e privadas, condicionam as opções dos países e estão inegavelmente associadas ao crescimento lento, que, por sua vez, faz com que seja difícil escapar à armadilha da dívida.

O professor de Harvard argumenta que Portugal, Irlanda e Espanha aplicaram as reformas exigidas pelos líderes alemães, mas “continuam a ter índices de desemprego de dois dígitos e um crescimento moribundo e, como o último relatório do FMI tornou perfeitamente claro, todos ainda sofrem de significativos problemas de dívida”.

Os credores que paguem os custos

Por sua vez, o alemão Hans-Werner Sinn recorda que a crise financeira da Ásia, que começou em 1997, foi resolvida mais com o perdão da dívida do que o recurso ao dinheiro dos contribuintes, “criando um modelo que os europeus deveriam usar”.

Para o chefe do IFO, “os lares e as empresas estão superendividadas, os bancos estão superendividados e os bancos centrais estão na mesma situação dentro do sistema do euro.

“Não é agradável para o credor reconhecer que não vai receber o seu dinheiro de volta; mas quanto mais cedo encarar a verdade, melhor”, disse à agência Bloomberg.

O economista defendeu que os países do Sul da Europa precisam de uma reestruturação da dívida para reativar a economia e o crescimento económico, e que os credores devem pagar os custos.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Sociedade
(...)