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Museu do Chiado ocupado por “artivistas”

Na inauguração da instalação multimédia “Os Nossos Sonhos Não Cabem Nas Vossas Urnas”, de Rui Mourão, o artista incitou os presentes a participar numa ocupação pacífica da instituição, "em defesa do direito à Cultura", e demonstrando que o protesto político também é arte. A ocupação terminou na manhã de sábado.
"Artivistas" querem reunião com o ministro da Cultura (que não existe). Foto de Ricardo Moreira
"Artivistas" querem reunião com o ministro da Cultura (que não existe). Foto de Ricardo Moreira

Cerca de 50 pessoas ocuparam na noite de sexta-feira a sala de entrada do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC), em Lisboa, pondo em prática uma “ocupação 'artivista'" na inauguração da instalação multimédia “Os Nossos Sonhos Não Cabem Nas Vossas Urnas”, de Rui Mourão.

Um comunicado distribuído na ocasião explica que “O artista Rui Mourão propôs-se com uma 'performance artivista' levar o protesto político a entrar no museu e disso fazer arte. O Museu Nacional de Arte Contemporânea encontra-se agora verdadeiramente ocupado por artistas, ativistas e público em geral que se manifesta em defesa dos Museus, das Artes e da Cultura. Os ocupantes exigem uma reunião com o Ministro da Cultura (num país que não tem Ministério da Cultura desde 2011).”

Com a instalação, Rui Mourão quis demonstrar que as novas formas de protesto político, no espaço público, se cruzam de “forma significativa” com a arte.

"Mais dinheiro para a área cultural”

No início da sessão, o artista exigiu "mais dinheiro para a área cultural, artística e patrimonial".

E prosseguiu: "Politicamente, enquanto público e enquanto criadores de cultura, estamos verdadeiramente indignados – muito indignados mesmo – com a desvalorização a que estão votados os museus, as bibliotecas, os arquivos, o teatro, o cinema, a dança, a ópera, as artes visuais, o património cultural deste país e a sua criação contemporânea".

A instalação multimédia vai ficar exposta até 28 de setembro. Reúne dez “’performances artivistas’ ocorridas em Lisboa entre 2009 e 2013, como uma única composição", e "metáfora da esfera pública”, disse o artista à Lusa, quando da apresentação da mostra.

Os “artivistas”, munidas de sacos-cama, realizaram uma assembleia que votou pela continuação da sua presença nas instalações do museu.

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