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Controlinveste quer fundir DN e JN, alerta o Sindicato dos Jornalistas

A estrutura sindical dos jornalistas no Grupo Controlinveste lançou um manifesto, aberto à subscrição online, a denunciar a intenção dos administradores de precipitar a fusão do Diário de Notícias e Jornal de Notícias. Os trabalhadores apresentaram um pré-aviso de greve para o dia 11 de julho.
Jornalistas da Controlinveste marcaram novas vigílias para segunda-feira às 18h30 em frente às sedes do DN e JN, em Lisboa e Porto

“A intenção deste novo despedimento coletivo e o que a Administração diz na sua justificação deixam poucas dúvidas: a empresa precipita uma fusão do DN e do JN, uma perda de identidade dos jornais, sem que se perceba onde quer a empresa reforçar a “diversidade” e “pluralidade” de vozes”, alertam o Sindicato dos Jornalistas e os delegados e activistas sindicais no grupo Controlinveste no manifesto divulgado esta quinta-feira, aberto à subscrição pública na plataforma de petições online.

Para a estrutura sindical, o despedimento coletivo de 140 trabalhadores do grupo e a rescisão de contrato com outros 20 obedeceu a critérios “pouco claros e desenhados numa sacrossanta folha de excel”. Em resultado deste processo, a cobertura das regiões fora de Lisboa e Porto ficou “reduzida a quase nada”, a secção de Política “levou forte machadada, sobretudo no JN, com o argumento de que é área que não interessa aos leitores e a Cultura no DN foi quase esvaziada”. Na TSF “há défice óbvio nas equipas” e a Global Imagens “fica dependente de colaboradores e deixa de poder entrar a sério no mercado de agências de fotografia”, denuncia o manifesto intitulado “Pela liberdade e pela democracia”.

“Em todas as redações quem fica, ficará a fazer mais, com muitos numa situação de precariedade, outros obrigados a uma lista de tarefas que inibe o tempo e o espaço para um jornalismo de qualidade e rigor que faça diferença e traga mais leitores e ouvintes”, afirmam os jornalistas.

“Em todas as redações quem fica, ficará a fazer mais, com muitos numa situação de precariedade, outros obrigados a uma lista de tarefas que inibe o tempo e o espaço para um jornalismo de qualidade e rigor que faça diferença e traga mais leitores e ouvintes”, prosseguem os jornalistas lembrando que a história de despedimentos e extinção de títulos do grupo nos últimos anos: “em 2009, foi o primeiro despedimento coletivo com a dispensa de 119 trabalhadores (60% de jornalistas) e o encerramento, em junho de 2010, do diário “24 Horas” e do gratuito “Global”.

Na próxima segunda-feira, às 18h30, os jornalistas do grupo organizam vigílias em frente à sede do Diário de Notícias, em Lisboa, e do Jornal de Notícias, no Porto, apelando à participação dos jornalistas e dos cidadãos em geral. 

Trabalhadores entregam pré-aviso de greve para 11 de julho

O Sindicato de Jornalistas anunciou a entrega de um pré-aviso de greve para 11 de julho, à semelhança do STT, o SITE-Norte e o SITE-Centro, Sul e Ilhas. "Os jornalistas exigem a suspensão dos processos de despedimento e a discussão de alternativas que preservem os projectos editoriais e os postos de trabalho", diz o pré-aviso do SJ, acrescentando que os jornalistas da Controlinveste "rejeitam a substituição de profissionais dos quadros por precários e estudantes em situação de estágio curricular".

Para o Sindicato de Jornalistas, o processo de despedimento coletivo configura uma "redução dramática da força de trabalho nas várias redacções, já profundamente exauridas sobretudo desde 2009", que acarreta "graves consequências para o futuro das várias publicações e da TSF".

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