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Tsipras: “A austeridade levou à criação de monstruosidades políticas”

Na passada quarta feira, Alexis Tsipras frisou, durante uma entrevista concedida à Bloomberg, que a Syriza é “uma força pro-europeia que quer transformar a Europa, e não desmantelá-la”. O líder da Syriza afirmou ainda que “a austeridade levou à criação de monstruosidades políticas”, dando o exemplo da Frente Nacional francesa, de Marine Le Pen, e do Partido da Liberdade do Reino Unido, de Nigel Farage.
Foto retirada do facebook de Alexis Tsipras.

Tsipras referiu também que pretende aliar-se ao movimento Podemos de Espanha, que elegeu cinco deputados europeus. Sobre a possibilidade de cooperar com os socialistas, segundo maior grupo do Parlamento Europeu, o líder da Syriza esclareceu que tal só será possível se estes estiverem dispostos a desafiar os cortes orçamentais impostos pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Estaremos disponíveis para uma cooperação caso eles voltem às suas origens políticas, e parem de aceitar a austeridade como única opção”, referiu, sublinhando que essa não é uma possibilidade enquanto os socialistas “se mantiverem sob o feitiço da hegemonia de Angela Merkel".

Esclarecendo não pretender comprometer a permanência do país no euro, Tsipras garantiu não estar vinculado a qualquer acordo estabelecido entre o atual primeiro ministro Antonis Samaras e os credores da Grécia a não ser que estes tenham em conta a sua reivindicação no sentido de reestruturar a dívida grega de 240 mil milhões de euros.

A atual administração não tem mandato para firmar acordos que irão vincular o país por anos e décadas vindouras sem ter em conta o resultado das eleições europeias do passado domingo e sem consultar o maior partido da Grécia”, defendeu Alexis Tsipras.

Segundo o líder da Syriza, “apenas novas eleições trarão estabilidade à Grécia”.

Sobre a nomeação de um novo governador do banco central grego – o mandato de George A. Provopoulos termina no próximo mês – Tsipras deixou um aviso ao executivo de Samaras: “Se o governo não nos consultar, consideraremos que existe uma tentativa de impor um facto consumado contra o interesse público”. “Nesse caso, quero lembrar o que aconteceu no Chipre”, referiu, fazendo alusão ao facto de o governador do banco central cipriota, Panicos Demetriades, ter apresentado a sua demissão, por motivos pessoais, após uma contenda de longa data com o presidente Nicos Anastasiades.

Alexis Tsipras reforçou a ideia de que é necessário renegociar a dívida. “Queremos encontrar uma solução efetiva que seja final e dê à economia grega espaço para crescer, por forma a ser capaz de pagar parte da sua dívida”, vincou.

Artigo publicado em http://www.bloomberg.com/news/2014-05-29/greece-s-tsipras-calls-farage-m...

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