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Especialistas alertam para perigos do consumo excessivo de Omeprazol

No ano passado, foram consumidas em Portugal três milhões de doses de Omeprazol, segundo dados da Consultora IMS Health. Os especialistas alertam para os perigos para a saúde do consumo excessivo deste fármaco, usado no tratamento da úlcera gástrica e da doença do refluxo gastro-esofágico.

Um ensaio realizado pela Kaiser Permanente, provedora de serviços de saúde nos EUA, que foi publicado na revista Journal of the American Medical Association, concluiu que as pessoas que tomaram Omeprazol ou um fármaco semelhante durante dois ou mais anos tinham 65% mais probabilidades de ter níveis baixos de vitamina B12, o que, por sua vez, pode levar a problemas neurológicos graves, como a demência, ou anemias.

Além disso, e segundo alerta Hermano Gouveia, dirigente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG), a sobre-utilização de Omeprazol aumenta ainda o risco de osteoporose e de infeções ou de retardamento de diagnósticos graves, por estes estarem “disfarçados” com o efeito do fármaco.

O crescimento exponencial, registado nos últimos anos, do consumo deste fármaco, levou o Infarmed, em 2008, a investigar o seu “consumo excessivo”.

No ano passado, foram consumidas 2.973.591 unidades de Omeprazol, no valor de 13.447.694 euros, segundo avança a consultora IMS Health, citada pela agência Lusa.

Para Hermano Gouveia, a diminuição do preço, associada à falta de informação sobre as verdadeiras indicações deste fármaco, bem como sobre os riscos associados à sua sobre-utilização, justificam este incremento do consumo.

“É um medicamento seguro, mas que está a ser sobre-utilizado”, defendeu Hermano Gouveia, frisando que o medicamento pode e deve ser utilizado, mas desde que prescrito por médico após avaliação clínica e nunca por iniciativa da pessoa.

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