You are here
Enfermeiros exigem pagamento de todas as horas trabalhadas e não pagas
A greve teve uma adesão de 88%, segundo o sindicato dos enfermeiros portugueses (SEP), e na concentração, de acordo com a Lusa, participaram cerca de duas centenas de enfermeiras e enfermeiros.
A representante da direção regional de Lisboa do SEP, Isabel Barbosa, declarou à Lusa:
“Os enfermeiros com contrato individual de trabalho (CIT) reivindicam o pagamento de retroativos relacionados com as horas penosas de trabalho realizadas de 2008 a 2012, ou seja, as horas trabalhadas e não pagas, nos Natais, Páscoas, passagens de ano, feriados e fins de semana”.
Isabel Barbosa disse à Lusa que os enfermeiros têm um decreto-lei específico que regula o pagamento destas horas, mas o conselho de administração do centro hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) decidiu substituí-lo pelo Código de Trabalho a partir de 2008.
“Isto é uma questão monetária, mas é muito mais para além disto. É uma questão de justiça porque os enfermeiros já têm estes horários que são desajustados para uma vida social normal e passam a maior parte do tempo ausentes de família e amigos e portanto devem ser compensados por isso”, salientou a sindicalista.
A reivindicação desta luta é para o período 2008/2012, uma vez que a partir de 2013, o conselho de administração do CHLO voltou a pagar aos enfermeiros com contrato individual como paga aos restantes funcionários públicos, por imposição do OE para 2013.
Isabel Barbosa referiu à Lusa: “Já fizemos diversas concentrações, já nos reunimos com o conselho de administração diversas vezes, entregámos centenas de assinaturas e vários abaixo assinados e agora da última vez mais de 400 cartas individuais exigindo este pagamento ao conselho de administração”.
Até agora a administração do CHLO decidiu pagar as horas trabalhadas nos anos de 2011 e 2012, mas apenas aos enfermeiros contratados antes de 2008 e sem se conhecer os moldes em que será feito esse pagamento.
Isabel Barbosa afirmou à Lusa que “os enfermeiros não desistem desta dívida”, considerando que a adesão à greve de hoje, e após tanta luta, deixou isso bem claro.
A sindicalista frisou ainda:
“Estamos a falar de natais, em que os enfermeiros estão privados de estar com a sua família, fins de semana em que estão privados de estar com amigos, portanto mais do que os montantes – que chegam a ser milhares de euros por enfermeiro – é o sentimento profundo de injustiça que os enfermeiros sentem, é isso que estamos a exigir: justiça. Queremos o dinheiro que é devido aos enfermeiros”.
O Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental envolve os hospitais de S. Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz.
Add new comment