Miguel Guedes

Miguel Guedes

Músico e jurista. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990.

Apesar da época bastante propícia a dormências, há quem não admita passar o Natal sem uma boa polémica, numa espécie de surto que abale as frutas cristalizadas e aqueça o réveillon para o ano que aí vem.

Saber vestir um colete amarelo, sem cuidar de saber se é Revolução ou Reação, Abril ou Novembro ambos a 25. É o Diabo em má altura.

Pode ser mortal a noção de que a última e derradeira esperança para o renascimento do PSD radica num líder condenado a perder eleições, gozando da bonomia de António Costa.

Há um linha de marcação, admito que por vezes difusa, entre o que é normal, o que pisa o risco ou o que vai para além do limite.

Há uma santa propensão do entendimento para os assuntos caseiros, aqueles que nascem, sucedem ou padecem perante os nossos olhos.

A tragédia de Borba é mais uma página inquietante na relação de confiança que qualquer cidadão assume com o Estado.

O grande líder moral dos EUA - palavras do próprio - proibiu o acesso à Casa Branca a Jim Acosta, correspondente da CNN, depois de o insultar rispidamente do alto do seu púlpito.

Uma das notícias da semana vem com o vento. O ar que respiramos ao ar livre tem IVA acrescentado e, como um balão de oxigénio orçamental, não desce a percentagem dos 13 para 6.

É sempre possível encontrar pontos de relativização ou de fuga, coordenadas para omitir algo que tem que ser dito ou para usar e abusar de silêncios. A tal física possibilidade do copo meio cheio ou vazio.

O dia de segunda-feira [passada] não acordou morno para as notícias em Portugal.