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“Bloco sempre se bateu pelas 200 milhas para a pesca e não vai deixar de se bater”

Catarina Martins e Marisa Matias ouvindo as queixas da população de Rabo de Peixe, freguesia do concelho de Ribeira Grande em S. Miguel nos AÇores

Marisa Matias e Catarina Martins visitaram neste sábado a freguesia “mais pobre do país”: Rabo de Peixe nos Açores. A coordenadora do Bloco realçou que "a emergência em Portugal neste momento é responder com apoio social" e a eurodeputada afirmou também que, com o Tratado de Lisboa, “nenhuma autoridade portuguesa, ninguém, se preocupou em manter” as 200 milhas de zona económica reservadas para a pesca.

A eurodeputada Marisa Matias fez esta visita a Rabo de Peixe acompanhada pela coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e pela coordenadora regional do Bloco-Açores, Lúcia Arruda, que integra também a lista de candidatos do Bloco ao Parlamento Europeu (PE).

Marisa Matias, afirmou à comunicação social, segundo a agência Lusa:

“Não esquecemos que foram roubadas 100 milhas de zona económica para que os pescadores, que poucos recursos já têm, pudessem ter acesso a esse espaço, que era seu por direito. O Bloco de Esquerda sempre se bateu por essas 200 milhas e não vai deixar de se bater”.

Marisa Matias salientou também que Portugal é "o país que tem maior zona exclusiva em termos de área de mar e é o país onde os pescadores podem ir a menos espaço pescar".

“Estas pessoas que aqui estão, e que estão um pouco por todo o país, mas aqui é por demais evidente, são pessoas que vão para o mar e não conseguem retirar quase nenhum dividendo da sua atividade”, sublinhou, depois de ter ouvido queixas nesse sentido dos pescadores de Rabo de Peixe.

A eurodeputada, que criticou também a Política Comum de Pescas para os próximos sete anos, em que volta a “prevalecer o económico” em detrimento dos pilares social e ambiental, disse que continuará a “colocar a tónica na questão social, nos direitos dos trabalhadores, de definir um mínimo de retribuição para quem trabalha”, no período de regulamentação da nova política europeia de pescas.

Marisa Matias criticou também os governos nacional e regional por “não se empenharem em defender a pesca como um setor fundamental”.

A eurodeputada realçou ainda “outros domínios em que seria fundamental investir”, ligados ao “conhecimento e inovação” a nível dos recursos do mar, salientando que nos Açores existe “um polo de excelência a nível europeu relativamente à possibilidade de desenvolver investigação” ligada ao mar e defendeu o aproveitamento dessa “capacidade científica instalada” num momento em que o mar passa a ser “uma prioridade de investigação” para a Europa.

Marisa Matias criticou por isso que “nem os deputados portugueses” no PE tenham apoiado a proposta que apresentou para a criação “de uma comunidade de inovação e conhecimento dos recursos marítimos e marinhos”.

"Voltar aos níveis de apoio social que tínhamos em 2009, antes da crise, é o mínimo da decência"

A coordenadora do Bloco disse que "Rabo de Peixe é também símbolo de Portugal pelas piores razões, é a freguesia mais pobre do nosso país", salientando que, neste caso, aos problemas específicos da pesca, soma-se a legislação nacional que "tem retirado a estas famílias acesso a prestações sociais" como o rendimento social de inserção (RSI).

Catarina Martins voltou a apelar aos restantes partidos com assento na Assembleia da República para serem revogados os decretos "que retiraram os apoios sociais a quem mais precisa", feitos pelo PS em 2010 e pelo atual Governo PSD/CDS em 2013.

Catarina Martins realçou que "a emergência em Portugal neste momento é responder com apoio social a quem mais precisa" e afirmou: "Voltar aos níveis de apoio social que tínhamos em 2009, antes da crise, é o mínimo da decência".

Questionada sobre a proposta de Freitas do Amaral para tornar o voto obrigatório, para contrariar a abstenção, Catarina Martins respondeu que o Bloco não "está empenhado" nesse debate e não lhe parece "que seja por aí".

A coordenadora do Bloco afirmou ainda que "a forma de tornar a democracia mais densa e mais participada é uma maior responsabilização dos partidos políticos”.

Catarina Martins sublinhou também que “é preciso não deixar que quem não tem palavra seja premiado", lembrando que o governo foi eleito com a promessa de não cortar salários e pensões e depois "fez o maior assalto a salários e pensões que se poderia imaginar" e agora "garante que vai haver mais cortes, porque tudo aquilo que era transitório passa a ser permanente".

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