You are here

Parlamento Europeu prepara-se para ouvir Edward Snowden

Ainda sem data marcada, a audição do ex-espião norte-americano pelos eurodeputados deverá ser feita por videoconferência.
Foto Steve Rhodes/Flickr

A Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu (LIBE) aprovou a decisão de ouvir por videoconferência o ex-técnico da NSA Edward Snowden devido às notícias sobre espionagem norte-americana contra pessoas, entidades e governos europeus. A decisão terá de ser confirmada em plenário.

A audição por videoconferência interactiva representa o método preferido pela direita europeia (PPE); socialistas, verdes, liberais e Esquerda Unitária (GUE/NGL) tinham proposto que, por razões de segurança, a audição fosse efectuada através de vídeo pré gravado.

Não existe ainda data para o contacto com o ex-técnico da agência norte-americana de espionagem responsável pela montagem de uma rede mundial de recolha ilícita de dados privados denunciada por Edward Snowden. O ex-técnico da NSA, que se encontra em Moscovo, também ainda não revelou se está disponível para a realização da sessão por videoconferência interactiva uma vez que, também por razões de segurança, prefere o vídeo pré gravado.

Os conservadores britânicos, como habitualmente alinhados pelas posições de Washington, estão contra a realização da sessão por considerarem que a informação em poder de Snowden “foi obtida ilicitamente”.

A iniciativa da comissão parlamentar tem como objectivo obter de viva voz informações que ajudem a fazer luz sobre a espionagem executada pelos Estados Unidos contra cidadãos, entidades e governos da União Europeia.

No passado dia 17 de Dezembro, uma delegação de congressistas dos Estados Unidos chefiada pelo presidente da comissão de espionagem da Câmara dos Representantes, Michael Rogers, ameaçou o Parlamento Europeu de que o facto de ouvir Edward Snowden “não ajudará” os dois lados do Atlântico a resolver as suas dificuldades.

Um projecto de relatório do Parlamento Europeu sobre espionagem, da responsabilidade do eurodeputado socialista Claude Moraes, reconhece que existem “provas convincentes da existência de sistemas tecnologicamente avançados de grande alcance criados pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos e alguns Estados membros para obter, armazenar e analisar comunicações e dados de todos os cidadãos em todo o mundo numa escala sem precedentes e de maneira indiscriminada”.

O documento põe em dúvida que a motivação da espionagem seja apenas o terrorismo e cita a espionagem política e económica como outras actividades praticadas.


Artigo publicado no portal do Bloco no Parlamento Europeu.

Termos relacionados Internacional
(...)