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Operação de dívida representa um "bom negócio para a banca internacional"
Reagindo à notícia de que Portugal colocou 3,25 mil milhões de euros em dívida a cinco anos, com uma taxa de juro de 4,657%, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua afirmou que "este continua a ser um bom negócio para a banca privada internacional, que pede dinheiro emprestado a 0% junto da banca central e depois vem emprestar a Portugal perto dos 5%".
"Temos mais desemprego, mais falências, há mais desigualdades salariais, há mais pobreza no país. Não é verdade que o país esteja hoje numa melhor situação económica do que estava há três anos", frisou a dirigente bloquista.
Numa nota enviada à comunicação social, citada pela agência Lusa, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP avança que foram colocados 3,25 mil milhões de euros para a linha de Obrigações do Tesouro que vence em junho de 2019, numa operação liderada pelo sindicato bancário composto pelo Barclays, Caixa BI, Goldman Sachs, HSBC, Morgan Stanley e Société Generale.
Segundo noticia a Lusa, o valor da procura pela operação terá chegado aos 11 mil milhões de euros.
Comments
Acho que está a faltar nas
Acho que está a faltar nas nossas posições evidenciar com estoiro a ligação directa do negócio da dívida com a razia sobre os salários directos e indirectos (direitos sociais e pensões). A ideia que fica é quase que há apenas uma espécie de simultaneidade, que vamos aos mercados para melhorar a situação do "país" e claro, se estamos mal vamos então melhorar mais à frente.
A banca faz um bom negócio e nós não melhoramos.E depois? A banca financia-se perto de 0% de juros e empresta a 4 ou 5? Então não pode fazer bons negócios? Qual o mal disso? A classe política é que não sabe governar e é corrupta.
Portanto, "penso eu de que", tem de ficar claro, pelas mais diversas formas e sempre que se intervenha neste âmbito, que o bom negócio da banca e da dívida só é possível com o roubo directo, através da maioria e do centrão, dos rendimentos do trabalho tendendo, idealmente, para o custo zero. É isso que concilia e consensualiza a especulação financera com o capital produtivo:"aguentem aí que quando for a hora vão ter escravos" e não têm de os alimentar como acontecia na escravatura antiga. Quando o custo do capital variável estiver ao nível decente, temos palmas e não faltam investidores nem boas notas.
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