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Trabalhadores da Saúde 24 marcam manifestação para a próxima segunda feira em Lisboa

Perante o aparente conforto por parte do Ministério da Saúde face a “uma situação ilegal que diariamente coloca em risco uma parte integrante do SNS” e a inoperância da Autoridade para Condições de Trabalho, os trabalhadores da Linha de Saúde 24 agendaram uma manifestação para a próxima segunda feira, dia 13, em Lisboa, a ter lugar a partir das 10h30.

Num comunicado publicado na sua página de facebook, os trabalhadores da Linha de Saúde 24 informam que sairão à rua numa marcha a ter lugar a partir das 10h30, com saída da Autoridade para as Condições do Trabalho e destino o Ministério da Saúde, em Lisboa, para mostrar mais uma vez “como é convicta a voz quando engrandecida pela razão”.

“A nossa voz pelo fim do silêncio!”, frisam, exigindo “o fim do silêncio cúmplice do poder político e do poder jurídico, que teima em não responsabilizar quem prevarica descaradamente”

O esquerda.net transcreve, neste artigo, o comunicado dos os trabalhadores da Linha de Saúde 24 na íntegra:

“Perante o silêncio por parte de vários dos responsáveis públicos interpelados, que se tenta impor à voz ruidosa dos trabalhadores que exigem dignidade, condições de trabalho legais e um serviço público de qualidade, os trabalhadores da Linha Saúde 24 avançam para a convocatória de uma marcha em Lisboa, a decorrer na próxima 2ª feira entre a Autoridade para as Condições do Trabalho e o Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde mantém um distanciamento preocupante de toda a situação, aparentando conforto com uma situação ilegal que diariamente coloca em risco uma parte integrante do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Sabemos da intenção de desinvestimento, não sabíamos, no entanto, da conivência com a ilegalidade flagrante.

A Autoridade para Condições de Trabalho (ACT) continua sem realizar uma inspeção urgente nos call centers da Linha Saúde 24, num contexto de inequívoca ilegalidade. Não compreendemos se a defesa do vínculo laboral legal e justo e a defesa do trabalho digno estão a ser preteridas quando confrontadas com as consequências para a empresa da denúncia das várias ilegalidades que abrangem 400 enfermeiros que suportam esta parte integrante do SNS.

Na Comissão Parlamentar da Saúde ocorreu mais do manter-se o silêncio, e a maioria PSD-CDS chumbou a audição do Secretário de Estado da Saúde, que tinha sido pedida em requerimento pelo PCP. A maioria governamental impediu que os responsáveis pelo Ministério se tivessem que pronunciar publicamente sobre um caso em que o serviço público está evidentemente em causa.

O custo destes silêncios ou murmúrios pouco ruidosos está a ser pago pelos trabalhadores com o seu emprego. A LCS, concessionária da Linha Saúde 24, insiste no despedimento de trabalhadores e mantém reuniões individuais diárias de persuasão, para que aceitem o corte proposto de cerca de 40-45% na remuneração.

Pagando o preço com o seu bem mais precioso – o emprego – os trabalhadores da Saúde 24 não se resignam ao silêncio e mantêm-se intransigentes na defesa do direito ao trabalho digno e legal, mesmo perante situações dramáticas de dificuldades familiares que vão surgindo, fruto do contexto económico-social de crise permanente no pais.

Como tal, dia 13 de janeiro os Enfermeiros da Saúde 24 sairão à rua numa marcha a ter lugar a partir das 10h30, com saída da Autoridade para as Condições do Trabalho e destino o Ministério da Saúde. Mostrarão mais uma vez como é convicta a voz quando engrandecida pela razão. A nossa voz pelo fim do silêncio! Exigimos o fim do silêncio cúmplice do poder político e do poder jurídico, que teima em não responsabilizar quem prevarica descaradamente. Exigimos o fim das coações, reduções salariais, falsos recibos verdes e despedimentos. Pela Linha Saúde 24!”

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