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França: Dois diretores da Goodyear sequestrados pelos trabalhadores na empresa

A fábrica da Gooyear de Amiens-Nord está ameaçada de encerramento e os seus 1173 trabalhadores correm o risco de despedimento. Os trabalhadores decidiram sequestrar os diretores de produção e de recursos humanos da fábrica, quando souberam que o administrador da Goodyear não iria comparecer a uma reunião no município local. A retenção dos diretores teve início na manhã desta segunda-feira e deve manter-se pela noite.
A fábrica da Gooyear de Amiens-Nord está ameaçada de encerramento e os seus 1173 trabalhadores correm o risco de despedimento

Para esta terça-feira de manhã, estava prevista uma reunião na câmara municipal local, com a participação da inspeção do trabalho, dos sindicatos, do presidente executivo da empresa e do presidente do município. Porém, os trabalhadores souberam na manhã desta segunda-feira que o administrador da Goodyear Dunlop Tires France, Henri Dumortier, não iria comparecer à reunião e decidiram sequestrar os dois diretores.

Os trabalhadores pretendem negociar com a Goodyear a possibilidade de encontrar um novo investidor para a fábrica e um plano de saídas voluntárias com montantes mais elevados de indemnização.

Segundo o jornal “Le Monde”, que cita a France 3 Picardie, os trabalhadores preparavam-se para passar a noite na empresa e “se for preciso, três ou quatro dias”. O secretário-adjunto (da central sindical CGT) do comité de empresa, Franck Jurek, disse que os dois diretores estão numa sala de reuniões, entre a fábrica e os escritórios da direção da empresa, e a porta está bloqueada por um pneu agrícola. Os dois diretores têm os seus telemóveis e acesso a água. Os trabalhadores pretendem com esta ação pressionar a direção da empresa a negociar.

Desde o anúncio feito, em 31 de janeiro de 2013, pela direção da Goodyear de que iria encerrar esta fábrica, os trabalhadores tentaram travar o processo através de procedimentos judiciais, mas não conseguiram alcançar os seus objetivos. Em novembro passado, os trabalhadores receberam da empresa propostas para serem transferidos para outras fábricas da Goodyear em França, situadas longe desta, ou no estrangeiro. Foi-lhes dado um prazo e as primeiras cartas de despedimento poderão começar a ser enviadas pela empresa a partir de 15 de janeiro próximo.

No blogue da CGT da fábrica da Gooyear de Amiens-Nord (blog.cgt-goodyear-nord.com), os trabalhadores, entre diversas críticas e denúncias, acusam o governo do presidente Hollande de “ajudar ao encerramento da fábrica”, de ajudar “uma multinacional” com “lucros fabulosos” e afirmam que “2014 será o ano das Goodyear e nós faremos tudo para que seja o ano da luta no nosso país”.

Os diretores saíram da fábrica na tarde desta terça-feira, acompnhados pela polícia. À saída, os trabalhadores gritaram "os criminosos não somos nós".

Notícia atualizada às 18 h de 7 de janeiro

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