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“Avaliação da troika não tem em conta impactos sociais”

A eurodeputada do Bloco Marisa Matias criticou esta segunda-feira a avaliação da troika por não se debruçar sobre os impactos sociais da austeridade, por ouvir apenas “convertidos” e não se reunir com entidades nacionais que nasceram em reação ao programa de intervenção.
“É importante que fique pelo menos claro que não há qualquer prestação de contas democrática por parte das troikas", disse Marisa Matias.

A eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias criticou esta segunda-feira a delegação do Parlamento Europeu por não reunir com várias entidades nacionais que nasceram como reação ao programa da troika.

Marisa Matias falava aos jornalistas após uma delegação do Parlamento Europeu ter estado reunida com o ex-primeiro-ministro José Sócrates sobre a experiência da troika em Portugal.

“Espero que esta avaliação tenha consequências reais, apesar de estar a ser feita com uma base muito limitada, porque não tem em conta os impactos sociais e apenas se debruça sobre a organização das troikas. Na verdade, as troikas começaram a ser questionadas, precisamente, porque tiveram impactos sociais dramáticos", alegou a eurodeputada do Bloco de Esquerda.

“Uma comissão de avaliação não se pode apenas fazer com audições a convertidos. Ou seja, em Portugal, em dois dias, ouviremos sobretudo aqueles que foram favoráveis à intervenção da troika. Em relação à “troika” há atores novos na sociedade portuguesa", disse, dando como exemplos a Associação de Pensionistas e Reformados (APRE) ou o movimento "Que se lixe a troika".

No entanto, para a dirigente do Bloco, a comissão que integra poderá em breve tirar duas conclusões políticas de fundo em relação à atuação das troikas nos países sujeitos a resgates financeiros.

“É importante que fique pelo menos claro que não há qualquer prestação de contas democrática por parte das troikas - nos países sob intervenção financeira - e, por outro lado, desconhece-se qualquer responsabilidade em relação ao que correu mal. Não há nenhum mecanismo de controlo democrático e, depois, os papéis dos parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu foram reduzidos. Estas conclusões parecem-me óbvias", sustentou a eurodeputada do Bloco de Esquerda.

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